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Mercado do boi avança com alta moderada e recordes nas exportações

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Indicador Cepea/Esalq fecha outubro a R$ 318,85/@, enquanto embarques de carne in natura atingem novo recorde de 320 mil toneladas e receita de R$ 9,5 bilhões.

 

O mercado brasileiro de boi gordo registrou em outubro um mês de preços firmes e exportações recordes, segundo análise conjuntural do Cepea (Esalq/USP). Embora a valorização tenha sido menor que em outros anos, o cenário foi de estabilidade sustentada pela combinação entre aumento de contratos de venda antecipada e maior uso de confinamentos.

Tradicionalmente um mês de alta, outubro teve reajustes moderados devido ao crescimento das negociações por contrato entre frigoríficos e confinadores, o que reduziu a pressão sobre o mercado à vista. “Grande parte das escalas ao longo do mês foi preenchida com lotes adquiridos por contrato”, destaca o Cepea, explicando que isso diminuiu a necessidade de compras no chamado mercado de balcão.

O Indicador Cepea/Esalq, referência para o estado de São Paulo, subiu 4,9% no mês, encerrando outubro em R$ 318,85/@. A média mensal ficou em R$ 310,51, 0,86% acima de setembro e 2,33% superior a outubro de 2024, em termos reais. Em Mato Grosso, a média foi de R$ 296,69, um aumento de 3% — reflexo de um mercado mais voltado a contratos de longo prazo.

Enquanto o boi gordo registrou avanços moderados, os animais de reposição tiveram valorização mais intensa. A menor oferta de bezerros — consequência dos abates recordes de fêmeas — e a demanda antecipada por bois magros para confinamento elevaram os custos de produção. Dados da DSM-Tortuga, citados pelo Cepea, indicam que a taxa de ocupação dos confinamentos foi 18,5% maior que em outubro do ano passado.

No atacado, os preços da carne bovina com osso também subiram, acumulando alta de quase 6% no mês na Grande São Paulo. No dia 31, a carcaça casada teve média de R$ 22,08/kg à vista, refletindo boa absorção da oferta pelo mercado interno.

As exportações de carne in natura mantiveram o ritmo forte, alcançando 320,5 mil toneladas em outubro — recorde pelo segundo mês consecutivo, segundo dados da Secex. A receita chegou a R$ 9,57 bilhões (US$ 1,78 bilhão), com preço médio estável em cerca de R$ 30 mil por tonelada.

A China respondeu por 58% das vendas externas (187,2 mil toneladas), seguida por Chile e Filipinas, com cerca de 12,5 mil toneladas cada. Os Estados Unidos voltaram a figurar entre os maiores compradores, com aumento de 38% nas compras (10,8 mil toneladas), enquanto Indonésia registrou o maior avanço percentual, quintuplicando as importações em relação a setembro.

Com demanda internacional aquecida, abates controlados e confinamento em alta, o mercado do boi entra no fim do ano com preços estáveis e perspectivas positivas, sustentado pela eficiência produtiva e pela força do agronegócio brasileiro nos principais mercados globais.

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