Biodiesel avança como pilar da transição energética e ganha força no Brasil

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Painel na FenaBio, durante a Fenasucro & Agrocana 2025, reforçou o papel estratégico do biocombustível para reduzir importações, gerar empregos e melhorar a qualidade do ar

O biodiesel se consolida como um dos protagonistas da transição energética brasileira ao unir benefícios ambientais, econômicos e sociais. O painel “O papel do biodiesel na transição energética”, realizado nesta quarta-feira (13) na FenaBio, no segundo dia da 31ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho/SP, abordou o tema. Com mediação de Lucilio Alves, pesquisador e professor do CEPEA-ESALQ/USP, o debate contou com a participação de André Nassar, presidente da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais); Júlio César Minelli , diretor superintendente da Aprobio (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil); Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil e de Negócio Agrícola da Cargill na América Latina; e Sergio Beltrão, diretor executivo da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene). Os especialistas apresentaram perspectivas e dados sobre o potencial do biodiesel no Brasil e no mundo.

Energia limpa e desenvolvimento econômico
Para Paulo Sousa, os biocombustíveis são motores de crescimento econômico e aliados contra a crise climática. “Eles geram valor, ampliam safras, criam empregos e estimulam inovação. Não são o destino final, mas uma ponte para um futuro mais sustentável”, afirmou. O executivo destacou ainda que a empresa investe em pesquisa e transparência da cadeia, enxergando no biodiesel uma oportunidade concreta de desenvolvimento para o país.

Integração com a produção de alimentos
Segundo André Nassar, o biodiesel está em expansão e tem grande espaço para crescer, especialmente por estar presente em regiões produtoras de soja, ajudando a verticalizar a produção de oleaginosas no Brasil. O presidente da Abiove ressaltou a integração entre a produção de energia e de proteína animal, beneficiando produtores e estimulando a industrialização.

Impacto na balança comercial e na saúde pública
Hoje, o diesel comercializado no país contém 15% de biodiesel. Sergio Beltrão lembrou que essa mistura substitui cerca de 15 bilhões de litros de diesel importado por ano, melhorando a balança comercial. Além disso, o biodiesel não contém enxofre nem hidrocarbonetos cancerígenos, o que melhora a qualidade do ar e reduz riscos à saúde, especialmente nas grandes cidades.

Pronto para crescer
Para Júlio César Minelli, o biodiesel está pronto para ampliar sua participação na matriz energética. “É mais barato, não exige adaptações tecnológicas, tem logística de distribuição consolidada e ainda contribui para a segurança alimentar, pois aproveita subprodutos da cadeia de alimentos”, disse. O painel reforçou que, além de substituir combustíveis fósseis e reduzir emissões, o biodiesel agrega valor à agricultura, gera emprego e renda, fortalece a economia nacional e melhora a saúde da população. Portanto, consolidando-se como peça-chave para uma transição energética justa e sustentável. A programação da Fenasucro & Agrocana se estende até sexta-feira (15), com mais de 100 horas de conteúdo técnico e debates estratégicos sobre transição energética, mobilidade de baixo carbono, biocombustíveis e energias renováveis.

Fenasucro & Agrocana
Em sua 31ª edição, a Fenasucro & Agrocana seguirá seu compromisso de impulsionar negócios, promover a atualização tecnológica e estimular o networking entre os principais players do mercado bioenergético. Com mais de três décadas de história, a Fenasucro & Agrocana é o maior evento focado exclusivamente na bioenergia, reunindo os principais fabricantes nacionais e internacionais de equipamentos, soluções e tecnologias voltadas à produção de biocombustíveis e energia limpa. A feira é promovida pela RX Brasil, com apoio exclusivo do CEISE Br, e se consolidou como a principal plataforma de conexão entre a indústria fornecedora e os compradores do setor bioenergético.

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