19 de janeiro de 2024

ABPA reforça a importância da biosseguridade para exportações

Mais de uma dezena de novos mercados foram abertos no ano passado para carnes de frango e porco, aponta o diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua, em entrevista exclusiva ao podcast “Negócios do Agro”.

 

 

O Brasil deverá continuar na vanguarda da exportação mundial de carnes de ave e suína em 2024, segundo avaliação do diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua. Para isso, será fundamental reforçar os controles de biosseguridade para evitar a influência aviária de alta patogenicidade e a peste suína africana nos planteis comerciais. “O fato de o Brasil não registrar casos em granjas comerciais permite manter os volumes de exportação e nossa expectativa é continuar avançando. Esperamos também que os preços do milho e do farelo continuem acessíveis, mesmo após três ou quatro anos de aumento nos custos de produção. É nosso papel ser um dos principais atores a garantir a segurança alimentar no mundo”, afirma o executivo, que participou do podcast “Negócios do Agro”.

O diretor da ABPA relata que foram abertos mais de dez novos mercados em 2023, como o de carne suína para o México – segundo maior importador mundial de carne suína, República Dominicana e Peru. Já para a carne de frango foi aberto o mercado de Israel – que consome mais de 60 quilos per capita/ano (o Brasil atinge 45,7 quilos de carne de frango per capita/ano) e o da Argélia. “Este é um importante mercado para produtos halal. O Brasil é o maior exportador de carne de frango halal do mundo. Das 5 milhões de toneladas exportadas em 2023, mais de 2 milhões de toneladas foram de produtos halal, o que demonstra a confiança dos países árabes”, completa Luis Rua.

Responsável pela ampliação e manutenção dos mercados para exportação de carnes de aves, ovos e carne suína, Luís Rua explica que o Brasil exporta para um total de 150 países, sendo mais de 90 países compradores de aves e mais de 50 compradores de ovos. Como segundo maior produtor mundial de carne de frango e líder nas exportações, o Brasil alcançou, em 2023, um volume de quase 15 milhões de toneladas, das quais exportou mais de 5 milhões de toneladas. “A soma dos volumes dos Estados Unidos, segundo maior exportador mundial, com os de 27 países da União Europeia, não atinge o total exportado pelo Brasil no ano passado”, garante o executivo. Ocupando a quarta posição na produção mundial de carne suína, o Brasil chegou a 5 milhões de toneladas e exportou mais de 1,2 milhão de toneladas apara mais de 90 países.

Com 27 viagens internacionais realizadas em 2023 para gerar engajamento com os países parceiros, Luis Rua explica que as negociações para ampliação de mercado envolvem entender valores, cultura, fazer adaptações e mostrar que o Brasil não é uma ameaça à produção local. O governo brasileiro tem um discurso de complementaridade, mostrando que ao atender a demanda daquele país, pode ajudar a indústria local a ter mais rentabilidade e qualidade”.

Especialista na organização de missões comerciais e técnicas e diretor na Agrotravel Viagens Técnicas, Fábio Torquato – que apresenta o podcast Negócios do Agro – afirma que ações como essas realizadas pela ABPA são uma prática fundamental e que trazem muitos resultados positivos. “Essas missões garantem a vivência em novos ambientes e culturas, a oportunidade de conhecer de perto as demandas e se conectar com os potenciais parceiros gerando confiança, além de trazer aprendizados e a troca de experiências”. Nas diversas viagens organizadas pelo mundo, Torquato destaca que essa prática também reflete uma estratégia de empresas fornecedoras do agro com seus clientes aqui no Brasil, como forma de fidelização e construção de confiança. Além de levar os brasileiros para conhecerem o mundo, a empresa auxilia também estrangeiros interessados em conhecer o grande potencial do agronegócio brasileiro.

Em 2024, o executivo da ABPA acredita na possibilidade de o governo brasileiro indicar maior número de estabelecimentos em países como Reino Unido – mercado de produtos com alto valor agregado, como o peito de frango; Cuba (grande consumidor de salsicha), Singapura e Chile (que registrou aumento de mais de 50% nas exportações tanto de aves como carne suína).

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