29 de fevereiro de 2016

Termo crise destoa da realidade do setor logístico como um todo, afirmam representantes do setor

Especialistas, representantes de associações e do governo apontaram que País precisa de “injeção de ânimo” e cooperação entre governo e setor privado

O ministro da SEP (Secretaria Especial de Portos) afirmou ontem, quarta-feira, (24), durante o evento “Diálogos Capitais” que teve como tema Setor Portuário: Desafios e Oportunidades, promovido pela Carta Capital, que o setor portuário não enfrenta crise e que a palavra é destoante diante do crescimento que o setor tem apresentado.

Com tom otimista, o ministro sustentou durante sua palestra que o setor tem mantido crescimento de 70% no volume de cargas movimentadas de 2003, primeiro ano do governo Lula, a 2015. E afirmou que a palavra crise é proibida no setor.

Números disponibilizados pelo ministro mostraram ainda que só na região do arco norte de 2010 a 2015 foram movimentados 14,3%, nos portos do Pará, por exemplo, o crescimento foi de 24,9% no período. Segundo ele, até 2042 – ano de vencimento dos primeiros contratos de concessão assinados -, a expansão projetada é de 113%.

No entanto, o Barbalho reconheceu que para chegar a esse número serão precisos investimentos específicos nos portos acompanhados pela expansão de todos os modais de transporte.

Na mesma linha, o vice-presidente, Michel Temer, criticou o uso deliberado da palavra crise para descrever a situação do País. “Muitas vezes nós temos no País uma visão pessimista do Brasil. Quando, na verdade, você ouve as possibilidades que o Brasil tem nos mais variados setores, você vê que o Brasil não parou, que o Brasil vai continuar”, apontou, acrescentando: “Precisamos de uma injeção de otimismo no País”.

O vice-presidente afastou um cenário negativo para o Brasil a longo prazo, e relatou as possibilidades de investimentos estrangeiros no País. “Tenho recebido investidores estrangeiros interessados em investir no Brasil. E os empresários só investem não apenas pensando no presente, mas também no futuro”, disse, ressaltando, porém, que “em um futuro não muito saudável, é claro que ninguém fará investimentos. E eu digo aos senhores que os investidores estrangeiros querem participar de todas as atividades do Brasil, principalmente neste plano logístico lançado recentemente”.

Ações

Barbalho disse ainda que há um anseio por parte do setor privado para que se chegue ao porto de forma eficiente e disse: “é preciso manter o bom ambiente de negócios para garantir esses investimentos. Assim, é possível assegurar o interesse do investidor e reafirmar o protagonismo do setor portuário nas exportações brasileiras”.

Tentando manter o ânimo otimista, a secretária executiva do Ministério dos Transportes, Natália Marcassa, também afirmou que termo crise destoa da realidade do setor logístico como um todo. Apresentando dados que mostram uma coordenação de ações entre os modais rodoviário e ferroviário – de responsabilidade da pasta – com o portuário, ela reafirmou o compromisso do governo de desenvolver rodovias e ferrovias especialmente no Norte do País. “Há um plano único de projetos casados, organizados e maturados. Não há falta de planejamento”, disse, destacando ainda: “Queremos que o Brasil seja eficiente também da porteira para fora”.

Temer defendeu ainda, a integração entre o governo e a iniciativa privada “para a retomada do crescimento do País” e reafirmou que “no Brasil estabeleceu-se uma tese muito acentuada de que estamos em crise. É interessante que a palavra crise é usada muitas vezes de uma forma indiscriminada, quando nós sabemos que ela tem graduações”.

Durante a ocasião Barbalho anunciou ainda a assinatura de um investimento de R$ 308 milhões no Porto de Santos. O valor virá da Rumo Logística, que ampliará sua participação no maior porto da América Latina. Ao todo o dinheiro deverá ser aplicado no local até o final de 2018, ampliando a capacidade de armazenamento de açúcar e de sacos a granel.

Segundo a SEP, o aditivo unifica os três contratos da Rumo com a Codesp (Companhia Docas de São Paulo) e amplia a concessão, que venceria em 6 de março deste ano, para março de 2036. A empresa passa a incorporar mais mil metros quadrados no porto de Santos, que se somam aos 117,4 mil metros quadrados já sob controle da empresa.

Fonte: Guia Marítimo

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