Já tratei desse assunto neste espaço várias vezes.
E até falei bobagem.
Tipo “A União Europeia nunca vai assinar acordo comercial com o Mercosul. Principalmente, porque a França e os produtores rurais europeus não querem”.
Esse é o pensamento deles, mesmo, e, por isso, as conversas se arrastam há mais de trinta anos.
Mas eu esqueci que a vida é um processo de mudanças sem fim.
E teve o efeito Trump, aumentando os impostos de importação de vários países, incluindo os da UE.
É uma pancada muito forte para o Agro Europeu.
Um setor pouco produtivo, acalentado por dinheiro dos cidadãos (subsídios).
Se a Europa se abrir, vai ser um ‘atropelo sem fim’ pela competência, qualidade e bons preços das fazendas da América do Sul, principalmente as brasileiras.
Mas não dá para deixar o mercado deles desabastecido.
Algo mínimo precisa ser fechado com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Depois da perda de espaço no mercado americano.
Mas França e Itália fincam o pé, de olho nos eleitores dos dois países.
E a União Europeia acabou aprovando mais proteção tarifária, restringindo as vendas de produtos brasileiros ao bloco.
O que pode complicar a assinatura do tratado.
Tão sonhado pelo presidente do Brasil, que tenta, levianamente, ser o pai das negociações.
Como já fez ao ‘sequestrar’ a descoberta do pre-sal do petróleo, uma conquista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O que vai ocorrer, afinal?
O Mercosul sonha vender para 400 milhões de consumidores europeus.
Os europeus não querem, com medo de perderem eleições pelos protestos dos produtores rurais de lá, mas precisam abastecer seus mercados e vender bastante para o sul da América.
Algo vai acontecer.
Mas, como novela que se arrasta há décadas, só não sabemos quando e como.
A ver!