Os importadores brasileiros já compraram quase 230 mil toneladas de arroz desde que o governo federal tomou a decisão de zerar a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o cereal adquirido no mercado internacional.
Em resumo: dá para comprar arroz de outros países sem pagar impostos extras por isto.
Os negociadores do Brasil foram buscar arroz dos Estados Unidos, da Índia e Guiana e o produto deve entrar aqui em dez dias.
A alíquota do imposto para o arroz em casca e beneficiado vale até 31 de dezembro deste ano e está restrita ao teto de 400 mil toneladas.
A decisão foi tomada depois da pressão orquestrada pela Imprensa, que mobilizou os consumidores contra os produtores rurais e os supermercados, como se eles fossem facínoras que estavam assaltando as donas de casa do país inteiro.
Mais um espetáculo de desinformação de uma sociedade que não conhece minimamente como funciona uma economia de mercado.
E é muito fácil de entender.
O Brasil não produziu o suficiente para a quantidade que o brasileiro queria comer.
A safra 2019 / 2020 ficou em 11,2 milhões de toneladas.
O consumo interno é estimado em 10,8 milhões de toneladas.
Bem justinho.
Sabe porquê? Porque os produtores não conseguiam receber o mínimo suficiente para pagar as despesas da fazenda.
E diminuiu o total de arroz produzido na última safra.
Além disso, exportar parte da produção passou a ser mais lucrativo para os lavradores.
O nome disto é business!
O brasileiro só acha certo por mais dinheiro no bolso quando é no bolso dele.
Quando é no bolso dos outros, é crime.
Os jornalistas brasileiros fizeram o escarcéu de costume.
Forçaram a barra nas respostas de condenação das pessoas nos supermercados.
Como se alguém morresse por não comer arroz alguns dias.
E os supermercados brasileiros não estivessem abarrotados de alimentos de qualidade, aliás bem mais nutritivos do que o cereal.
Assistimos até as cenas ridículas de fiscais do Procon tentando intimidar os gerentes de supermercados.
As respostas deles eram simples: “Cobramos a mais apenas o que pagamos a mais”.
Para 2021, é esperado um crescimento na produção de arroz de 7,2% em relação à safra anterior.
Hoje em dia, você vai ao supermercado no país inteiro, olha o preço do arroz nas gôndolas e não consegue entender o motivo de tanta balbúrdia.
O nome dessa confusão toda é apenas… Mercado.
O empreendedor produz o que pode render mais dinheiro na venda.
Quando dá prejuízo, investe em outro produto.
Como alimento é considerado uma questão social, o Governo Federal mantém comida estocada para poder colocar no mercado e fazer o preço flutuar menos, sempre a favor das pessoas mais pobres.
São os conhecidos ‘estoques reguladores de mercado’.
Um sistema nada, nada capitalista.
Mas que se impôs em vários países capitalistas por causa da força do barulho provocado pelos pobres, jornalistas, partidos socialistas, políticos demagogos, e pela força das sociedades contemporâneas.
São grupos que nunca vão conseguir entender que a única força motriz que produz riqueza no seio das sociedades é o crescimento econômico.
E sempre vão contra argumentar que o Estado precisa intervir quando uma crise se instala e os pobres sofrem mais.
Eles só não contam que o tal auxílio do Estado é dinheiro dos mesmos pobres e vai ser pago no futuro pelos mesmos miseráveis.
E a conta vai sair sair bem mais cara.
Mal sai o arroz do tiroteio dos jornalistas e entra a soja.
O óleo de soja.
A dona de casa paga um ou dois reais a mais pela lata e o microfone do repórter instiga a mulher a afirmar que é o ‘fim do mundo’.
Por pura competência, o Brasil transformou-se no maior produtor e exportador mundial do grão.
E as fazendas brasileiras recebem mais com a exportação.
E irrigam a economia do país inteiro com esta grana.
Ela vira compras, empregos no campo, mais investimentos com sementes, tecnologias, aumento da produção.
A cadeia torna-se mais rica.
Mas vêm de novo os jornalistas com a velhinha chorando que o mundo vai acabar com tanta ‘carestia’.
Mas este parece ser mais um debate definitivamente perdido pelo podcast Radar Agro.
E pelos defensores da economia capitalista de mercado mais ortodoxa.
Como diria, talvez, o Jesus dos Católicos: “Pai, perdoem-nos. Eles não sabem o que dizem”.