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Resistência de plantas daninhas avança e exige manejo mais estratégico na lavoura

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Rotacionar herbicidas com diferentes mecanismos de ação, que resulta na alteração do crescimento e desenvolvimento normal da planta, é uma das recomendações para se evitar problemas com resistência (Arquivo Ourofino Agrociência)

Especialista da Ourofino Agrociência alerta que pressão de seleção acelera surgimento de biótipos tolerantes e reforça importância da rotação de mecanismos de ação.

 

A resistência de plantas daninhas aos herbicidas tornou-se um dos maiores desafios da agricultura brasileira e mundial. Pesquisadores, consultores e instituições como Embrapa e HRAC-BR ampliaram o monitoramento porque a presença crescente de biótipos resistentes já compromete o controle químico e aumenta os custos de produção, especialmente em culturas como soja, milho e algodão. Em alguns cenários, a interferência das daninhas pode reduzir a produtividade da soja em até 80%, segundo dados da Embrapa.

O avanço ocorre por uma dinâmica evolutiva natural. Populações de daninhas carregam grande variabilidade genética e, entre milhares de indivíduos, alguns já nascem com mutações que os tornam menos sensíveis a determinados mecanismos de ação.
Quando o herbicida é aplicado, ele elimina os indivíduos suscetíveis, mas aqueles que possuem variantes geneticamente tolerantes sobrevivem e se reproduzem”, explica o engenheiro agrônomo Michel William Daniel, da Ourofino Agrociência. Com aplicações repetidas, esses indivíduos passam a dominar a área, reduzindo a eficácia do manejo.

O processo é acelerado por fatores típicos dos sistemas tropicais: uso continuado do mesmo mecanismo de ação; semeadura direta; alta pressão de infestação em sistemas soja-milho; e múltiplos fluxos de emergência ao longo da safra. Hoje, o Brasil já registra resistência em espécies como buva, capim-amargoso, caruru, azevém, capim-pé-de-galinha, leiteiro e picão-preto, envolvendo diferentes mecanismos de ação.

Para enfrentar o problema, o manejo integrado é essencial. As recomendações incluem alternância de mecanismos, combinação de herbicidas pré e pós-emergentes, controle cultural e mecânico, além de monitoramento constante dos escapes. Nesse cenário, ganha relevância o desenvolvimento de herbicidas adaptados ao clima tropical.
O foco da Ourofino é tropicalizar moléculas, pensando em aderência, fotoproteção, transposição de palha e performance sob condições extremas”, destaca Daniel. Soluções como Terrad’or e Brucia, moléculas inéditas no mercado, têm sido utilizadas em programas que combinam desempenho e sustentabilidade.

O avanço dos estudos também tem sido determinante. Monitoramentos conduzidos por universidades, Embrapa e HRAC-BR permitem identificar novos biótipos, mapear dispersão e ajustar estratégias regionais. Ainda assim, há limitações estruturais e regiões sem confirmação laboratorial — um risco diante da velocidade de seleção.
“O consenso é claro: a continuidade do monitoramento é essencial para evitar que a resistência ultrapasse nossa capacidade de controle”, conclui Daniel.

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