eCG recombinante é biotecnologia que pode otimizar a IATF no campo

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A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) consolidou-se nas últimas décadas como uma das principais estratégias reprodutivas da pecuária de corte e leite no Brasil. Ao permitir a inseminação de grandes lotes sem necessidade de detecção de cio, a técnica trouxe previsibilidade, ganho genético acelerado e otimização da mão de obra. Hoje, milhões de vacas são inseminadas anualmente por protocolos de IATF, confirmando sua importância na intensificação da produção e no aumento da eficiência reprodutiva das fazendas.

Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios relacionados à escassez de mão de obra, à necessidade de protocolos mais curtos e práticos e à busca por maior taxa de prenhez. Nesse contexto, a biotecnologia aplicada à reprodução surge como uma aliada estratégica, oferecendo ferramentas que ampliam o desempenho zootécnico ao mesmo tempo em que simplificam o manejo e contribuem para o bem-estar animal.

Entre as soluções mais recentes, o uso do eCG recombinante (reCG) desponta como uma das inovações mais relevantes da última década. Pesquisas demonstram que o reCG apresenta equivalência farmacodinâmica ao eCG tradicional, com impacto direto na dinâmica folicular e na taxa de prenhez. Sua utilização em protocolos mais curtos, como o de sete dias de dispositivo com inseminação no nono dia, favorece o crescimento folicular após a retirada do dispositivo e aplicação da prostaglandina, prolongando a fase de proestro e aumentando as chances de ovulação sincronizada e sucesso reprodutivo.

Outro aspecto observado em campo é a flexibilidade dos protocolos. A associação do reCG ao Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH), por exemplo, ajuda a corrigir assincronias e a estimular a ovulação em fêmeas com folículos menores ou sem manifestação evidente de estro. Na prática, isso significa protocolos mais ajustados às diferentes realidades das fazendas e maior previsibilidade de resultados.

Para Alexandre Souza, gerente de Serviços Técnicos da Unidade de Pecuária da Ceva, a principal mudança está na confiança que a tecnologia traz ao manejo. “O reCG oferece uma resposta folicular mais previsível e consistente, o que permite planejar a estação de monta com maior segurança. Esse tipo de regularidade é fundamental para reduzir perdas e maximizar a taxa de prenhez em diferentes categorias de fêmeas”, explica.

Além dos indicadores zootécnicos, a forma de apresentação do produto também se destaca. Por ser uma solução pronta para uso, sem necessidade de reconstituição, o reCG facilita o manejo em campo e reduz o risco de erros, além de permitir o aproveitamento do mesmo frasco por até 30 dias após aberto. Esses detalhes se traduzem em eficiência operacional e economia de tempo — aspectos cada vez mais valorizados diante da escassez de mão de obra.

Inovação a serviço da pecuária – Esse avanço se materializa no FOLI-REC®, desenvolvido pela Ceva com técnicas de engenharia genética avançada, sem uso de produtos de origem animal, o  produto oferece eficiência, previsibilidade e alinhamento com princípios de bem-estar animal.

Na avaliação de Rafael Moreira, gerente da Linha de Reprodução da Ceva, o impacto vai além dos índices zootécnicos. “Estamos falando de uma tecnologia que alia ganho produtivo a princípios de bem-estar. Ao eliminar a necessidade de extração animal, o FOLI-REC® responde também a uma demanda ética crescente do setor, sem abrir mão da eficiência no campo”, ressalta.

Estudos recentes em bovinos Nelore dão respaldo científico a essa inovação. Em novilhas, o FOLI-REC® em doses de 0,7 mL (49 IU) e 1,0 mL (70 IU) promoveu maior crescimento folicular e taxas de prenhez equivalentes ao eCG convencional, com a vantagem de menor volume e ausência de origem animal (Silva et al., Animal Reproduction, v.21, n.3, 2024).

Em outro trabalho, conduzido em vacas Nelore pós-parto, protocolos de 7 e 8 dias apresentaram taxas de prenhez de 53,7 % e 50,8 %, respectivamente, confirmando a consistência e a flexibilidade do reCG em diferentes esquemas de IATF (Oliveira et al., Animal Reproduction, v.22, n.3, 2025).

Com respaldo técnico e resultados consistentes em diferentes categorias de fêmeas, o FOLI-REC® consolida-se como uma ferramenta estratégica para elevar a eficiência reprodutiva, assegurar previsibilidade e atender às novas demandas éticas da pecuária.

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