Biofilmes microbianos reduzem doenças de solo e melhoram produtividade

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Uma tecnologia que fortalece raízes, equilibra o solo e pode ampliar o rendimento em sistemas de produção intensiva. O uso de biofilmes microbianos vem se consolidando como alternativa para o controle de doenças de solo em hortaliças e culturas de grãos no Brasil. A tecnologia consiste na colonização da rizosfera por microrganismos benéficos que formam uma barreira em torno das raízes, dificultando a entrada de fitopatógenos recorrentes em áreas de cultivo intensivo.

Pesquisas científicas recentes mostram que esses biofilmes atuam em diferentes frentes: competem por espaço e nutrientes com microrganismos nocivos, produzem compostos antibióticos e fortalecem a estrutura física da raiz, tornando-a menos vulnerável. Uma meta-análise publicada no Soil Biology and Biochemistry (2022) apontou efeitos positivos consistentes do uso de inoculantes microbianos sobre a biomassa do solo e sobre a estabilidade da comunidade microbiana, fatores associados à supressão de doenças.

Os benefícios práticos já são percebidos no campo. Eles funcionam como um verdadeiro escudo em torno das raízes, competem com os microrganismos causadores de doenças, bloqueiam a entrada de patógenos e contribuem para o equilíbrio da microbiota do solo. Além da proteção, há ganhos produtivos. Estudos experimentais relatam que bactérias formadoras de biofilme aumentam o desenvolvimento radicular e favorecem o crescimento da parte aérea, o que resulta em maior produtividade. Quando o sistema radicular está saudável, a absorção de água e nutrientes é potencializada. Isso se reflete diretamente na parte aérea da planta e, por consequência, na produtividade final.

Ao reduzir a necessidade de aplicações repetitivas de moléculas químicas, os biofilmes ajudam a diminuir o risco de resistência e contribuem para um manejo mais equilibrado. É um aliado importante para sistemas agrícolas que buscam maior resiliência e menor impacto ambiental. Ensaios com consórcios microbianos indicam ainda melhores resultados, com efeito mais estável em campo do que o observado no uso de uma única espécie de microrganismo.