A cadeia do agronegócio atravessou três anos de cegueira estratégica, com um nível de deterioração estrutural que ninguém quer admitir. O setor viveu um vale. Produtores endividados e desistindo. Cooperativas entrando em liquidação judicial. Indústrias com prejuízos em sequência. Um ecossistema inteiro operando no limite e, ainda assim, insistindo no mesmo modelo de três décadas atrás: foco em produto, volume, campanha e meta. Enquanto isso, as equipes comerciais e de marketing seguiram rodando o mesmo script, como se nada tivesse mudado. Essa cegueira operacional é o principal motivo pelo qual grande parte do agro ficou presa no vale. Agora, 2026 não será um ano ‘de esperança’. Será o ano do divisor de águas. E só vai acessar a abundância quem fizer a virada imediata de estratégia.
O vale: três anos de desequilíbrio exposto
Fatos noticiados pela Imprensa que comprovam o colapso recente:
‘Vendas da área agrícola da Bayer caíram 18,5% no 2º trimestre, para 4,92 bilhões de euros” (2023). A área de herbicidas teve uma queda nas vendas de 45,6%, para 1,3 bilhão de euros’.
‘Bayer fecha 2024 com prejuízo líquido de €2,55 bilhões” (2024). A empresa confirma novo prejuízo, reforçando o impacto profundo no segmento agrícola’.
‘A FMC teve queda de 23% na receita global e 30% no EBITDA ajustado, puxada pela queda de consumo, excesso de inventário e menor apetite de compra dos canais’.
‘Os pedidos de recuperação judicial dispararam: 534 (2023) para 1.272 (2024). Um salto que escancara o colapso financeiro da base da cadeia’.
‘A Cooperativa Languiru, com dívida superior a R$ 1,1 bilhão, entra em liquidação extrajudicial, deixando claro que o modelo de gestão tradicional não responde mais ao cenário atual’.
‘A Cooperativa Languiru, com dívida superior a R$ 1,1 bilhão, entra em liquidação extra – judicial, deixando claro que o modelo de gestão tradicional não responde mais ao cenário atual’.
Esses movimentos não são exceção. São diagnóstico. Enquanto a base afundava, a pressão por metas e volumes seguiu como se estivéssemos em 2020 – 2021, o mercado virou, o setor continuou repetindo o mesmo modelo: metas irreais, pressão comercial, campanhas desconectadas do território, empurrar produtos para canais sem caixa e super estocados, indústrias ignorando a saúde mental e financeira dos clientes e distribuidores.
A origem do problema: produto no centro, cliente na periferia. Os últimos três anos deixaram evidente uma falha crônica: a indústria operou olhando para si. Não para o ecossistema que a sustenta. Pressionou RTVs, cooperativas, distribuidores e revendas como se todos fossem engrenagens substituíveis.
Ignorou o fato de que:
- o produtor está endividado e emocionalmente exausto,
- o canal está sem margem, com estoque parado e caixa comprimido,
- os líderes vivem sob ameaça de demissão,
- os times de campo trabalham em estado permanente de estresse,
- o território deixou de responder.
A estratégia dominante foi clara: ‘salve-se quem puder’. Cada elo tentando resolver o seu lado, mesmo que isso destruísse o elo seguinte. O resultado está nos números. Prejuízos, retração, liquidações e perda de confiança.
O colapso emocional das lideranças – A ruptura que ninguém queria admitir
Os anos de 2023, 2024 e 2025 não quebraram apenas produtores, canais e cooperativas. Eles quebraram lideranças. A instabilidade no topo da cadeia escancarou o que ninguém ousava dizer: os cargos de maior poder de decisão do agro entraram em colapso emocional e estratégico. E isso não é opinião. É fato, sustentado por reportagens reais:
‘John Deere corta posições assalariadas, incluindo níveis gerenciais (25 jun. 2024)’.
‘Corteva inicia cortes globais em meio à queda de margens’ (2024).
‘BRF faz cortes e troca diretores em reestruturaçã’ (4 abr. 2024).
‘Indigo demite executivos seniores – Indigo Ag confirms layoffs amid restructuring’.
Essas trocas, demissões e reestruturações mostram a verdade que explica grande parte do vale 2023–2025. Se o topo da cadeia opera com medo, toda a cadeia opera com medo.
- CEO pressionado → diretoria insegura
- Diretoria insegura → gerências desorganizadas
- Gerências desorganizadas → RTV exausto
- RTV exausto → território colapsado
A escassez emocional dos líderes contaminou toda a operação.
Ponto de inflexão: 2026 marca a entrada no ciclo de abundância — mas só para quem mudar o jogo agora
A projeção para 2026 é de recuperação consistente em margens, preço e demanda.
Esse é o primeiro sinal real de abundância desde 2023.
Mas essa abundância não será distribuída igualmente.
Ela vai premiar quem fizer a virada agora e penalizar quem insistir na estratégia antiga.
A virada consiste em uma única mudança de mentalidade
Parar de salvar a si mesmo e começar a salvar o ecossistema que te sustenta.
Empresas que continuarem operando como se o produtor fosse o último elo da cadeia vão perder tração.
Empresas que entenderem que o produtor é o centro do ecossistema vão escalar.
A lógica é simples. Se eu salvo o ecossistema que me suporta, eu estou automaticamente me salvando.
Se eu destruo o ecossistema que me suporta, minha queda é questão de tempo.
O que precisa ser feito imediatamente para acessar 2026 com vantagem competitiva real
Produtor no centro da estratégia. A saúde financeira e emocional dele precisa ser KPI real. Produtor sem caixa = canal travado = indústria sem faturamento.
Canais fortalecidos e tratados como parceiros, não como substituíveis. Trocar canal é fácil. Perder território é irreversível.
Cooperativas como hubs de inteligência. Elas precisam voltar ao papel essencial, que é de sustentação técnica, financeira e estratégica do produtor.
Revendas como polos de serviço, não como atacadistas de insumos. Valor não está no produto, está no acompanhamento.
RTVs e equipes comerciais com equilíbrio emocional. Nenhuma estratégia resiste a uma operação emocionalmente colapsada.
Metas baseadas em valor, não em volume. Volume fatura. Valor sustenta.
O novo modelo de 2026 em diante – Growth Partner como estrutura de crescimento
A cadeia não precisa de mais campanhas isoladas. Precisa de organização estratégica. O modelo Growth Partner se sustenta em três pilares:
Mapa de Oportunidades do Ecossistema.Mapear: caixa do produtor – risco das cooperativas – margem das revendas – saúde emocional dos times – nível de estoque – capacidade de serviço – pontos de estrangulamento – capacidade real de expansão territorial.
Desenvolvimento dos Elos da Cadeia.Capacitar o setor inteiro: Produtor – cooperativa – revenda – RTV – gerente – diretor. Treinamento e desenvolvimento deixam de ser “benefício” e passam a ser infraestrutura de crescimento.
Gestão do Equilíbrio Emocional da Cadeia.O território não cresce se as pessoas que o operam estiverem emocionalmente colapsadas.
Produtor pressionado → decide mal.
RTV exausto → erra o diagnóstico.
Gerente inseguro → paralisa.
Diretor pressionado → perde clareza.
Equilibrar as pessoas é pré-requisito para equilibrar o faturamento.
Integração real – Consultorias, marketing, eventos e influenciadores precisam parar de operar isolados
Hoje, a indústria contrata: consultorias, agências, influenciadores, TV, rádio, digital, eventos, ativações, mídia técnica …e cada fornecedor opera isolado. O resultado é o obvio: desalinhamento, desperdício e não-performance. Chegou o momento de: integrar comunicação, consultoria, eventos, influenciadores, marketing, território, inteligência e produtor em uma única estratégia coordenada. Crescimento não é somatório de ações. Crescimento é resultado de integração.
A experiência com a Ekos Y Agro: a prova de que o modelo integrado funciona
Na minha experiência com a Ekos y Agro, já estamos operando exatamente assim, integrando todos os elos. Empresas que antes nos viam como concorrência entenderam que cooperar é mais eficiente e mais lucrativo do que competir dentro da mesma cadeia. Todo fornecedor que atua no agro faz parte do mesmo ecossistema, seja consultoria, agência, mídia, influenciador, evento, treinamento ou inteligência. E quando o ecossistema inteiro performa, o setor inteiro prospera.
Fechamento
2026 será abundante.
Mas abundância precisa de ação imediata.
Busque agora um replanejamento de crescimento e estratégia.
Quem abandonar o modelo ‘salve-se-quem-puder’ e operar em sistema, cadeia e ecossistema, vai crescer de forma acelerada.
O que está em jogo não é apenas mercado.
É a capacidade de reconstruir o equilíbrio emocional, financeiro e estratégico de uma cadeia inteira.
Quem cuida do ecossistema se salva.
Quem ignora o ecossistema implode.
2026 vai deixar isso evidente


