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Pavilhão “Food Roots and Routes” destaca o papel do Sul Global na COP30

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Com debates, expressões culturais e ciência, espaço coordenado pelo Instituto Comida do Amanhã mostra como sistemas alimentares sustentáveis podem ser parte da solução climática.

 

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), sediada pela primeira vez na Amazônia, vai abrigar um espaço inteiramente dedicado à conexão entre alimentação e clima. De 10 a 21 de novembro, o pavilhão “Food Roots and Routes”, localizado na BlueZone, em Belém (PA), reunirá 70 eventos — entre debates, painéis e manifestações culturais — que darão voz às experiências do Sul Global e mostrarão como os sistemas alimentares podem ser aliados na luta contra a crise climática.

Coordenado pelo Instituto Comida do Amanhã, com apoio do Instituto Ibirapitanga e da Tilt Collective, o espaço funcionará como um hub de conhecimento e troca de experiências entre saberes tradicionais, ciência e inovação. “A curadoria do pavilhão buscou criar um espaço plural que compartilhe experiências do sul global e aponte caminhos para soluções climáticas baseadas em sistemas alimentares que valorizam a agroecologia, a biodiversidade e os conhecimentos tradicionais”, explica Francine Xavier, diretora do Instituto Comida do Amanhã.

As discussões abordarão temas como transição ecológica justa, soberania alimentar, bioeconomia, agricultura familiar, democratização do acesso a alimentos saudáveis e políticas públicas de financiamento e combate ao desperdício. A proposta é ampliar a representatividade de indígenas, quilombolas, agricultores familiares, pesquisadores e movimentos sociais nos debates oficiais da conferência, criando pontes entre a GreenZone e a BlueZone.

A urgência desse diálogo é clara: segundo o Observatório do Clima, os sistemas alimentares respondem por cerca de 74% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, mas recebem menos de 7% do financiamento climático global, de acordo com o ClimateShot Investor Coalition (CLIC). O pavilhão busca justamente evidenciar que a produção e o consumo de alimentos são parte do problema — mas também da solução.

Além de painéis e mesas de discussão, o espaço abrigará manifestações culturais e artísticas que celebram a diversidade dos territórios e reforçam a ideia de que a cultura e a alimentação estão no coração das soluções climáticas. O “Food Roots and Routes” conta ainda com cocuradoria coletiva de entidades como ACT Promoção da Saúde, Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, Articulação Nacional de Agroecologia, CONAQ e Observatório das Economias da Sociobiodiversidade, entre outras.

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