Entidade afirma que iniciativas unilaterais podem distorcer remuneração, aumentar insegurança jurídica e fragilizar modelo que há duas décadas dá previsibilidade ao setor.
A Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) manifestou preocupação com movimentos recentes que tentam estabelecer decisões paralelas e unilaterais no processo de revisão do Consecana-SP. Para a entidade, iniciativas conduzidas fora do rito técnico e sem participação dos produtores colocam em risco a previsibilidade e a segurança jurídica de toda a cadeia.
Segundo a nota distribuída pela entidade, a narrativa de que a Orplana estaria “atrasando” o processo não corresponde aos fatos. A organização afirma que sua atuação sempre se pautou pelo rigor técnico, pela ampla participação dos produtores e pela busca de um modelo equilibrado — condições consideradas essenciais para garantir legitimidade às decisões. A entidade destaca ainda que não foi formalmente informada sobre a ação paralela citada.
A preocupação se acentua porque decisões isoladas podem gerar impactos diretos na remuneração do produtor. Entre os riscos listados estão: distorção de valores pagos, perda de referências confiáveis para negociação, aumento da insegurança jurídica — inclusive com possibilidade de criação de uma metodologia paralela para validação do ATR — além de desalinhamento entre associações e fragilização de um sistema que há mais de 20 anos oferece estabilidade ao setor.
A Orplana também critica a falta de transparência dessas iniciativas, afirmando que discursos públicos contrários à sua atuação “enfraquecem a unidade do produtor” e ampliam a assimetria de informações no setor.
A entidade reforça, porém, que permanece aberta ao diálogo. O processo de revisão, segundo a nota, está em fase final, e qualquer decisão só será legítima se envolver representação plena dos produtores. A Orplana afirma ainda que segue cumprindo rigorosamente as regras previstas no manual do Consecana-SP, respaldada pelas recomendações de auditoria independente, e reafirma o compromisso com a construção de um sistema “claro e inclusivo”.


