5º Workshop reúne especialistas em Ribeirão Preto para debater eficiência e sustentabilidade no agronegócio
Mais de quinhentos pesquisadores, técnicos, estudantes e representantes da indústria participaram do 5º Workshop sobre Adjuvantes em Caldas Fitossanitárias, realizado nos dias 31 de julho e 1º de agosto, em Ribeirão Preto (SP), no campus da Universidade de São Paulo (USP). O evento é uma referência no setor e foi promovido pelo Núcleo de Estudo e Desenvolvimento em Tecnologia da Aplicação (Nedta), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, reunindo toda a cadeia produtiva do segmento, sendo referência no setor.
O objetivo foi atualizar e aprofundar as discussões técnicas sobre as substâncias usadas nas misturas dos produtos fitossanitários para melhorar sua eficiência, a produtividade das fazendas e a sustentabilidade no agro. A programação incluiu várias palestras com representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entidades de classe e pesquisadores de diversas empresas do setor, além de lançamento de livros sobre o tema e uma feira de negócios com representantes de empresas da área.
As apresentações foram de gente como Lucas Lima Alves, da Kynetec, empresa líder em pesquisas de mercado no agro; Leonardo Fernandes Fraceto, pesquisador e professor da Unesp; Ulisses Rocha Antuniassi, pesquisador e professor da Unesp, e José Geraldo de Abreu Sousa Junior, vice-presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Adjuvantes Agrícolas (APLICA). Eles falaram sobre temas como perspectivas sobre o mercado e tendências para o agro, as divergências da nova Lei dos Agrotóxicos, inovação no preparo e tratamento de sementes, uso de produtos fitossanitários no tratamento e controle de pragas, nanotecnologia no agro, efeitos biológicos mais precisos, redução no impacto ambiental e uso de drones para adjuvantes.
Criado em 2012, O Nedta foi criado em 2012 e é uma das principais organizações do país no desenvolvimento de pesquisas voltadas ao aprimoramento das técnicas de aplicação de produtos fitossanitários no campo. As pesquisas vão desde a escolha e calibração de equipamentos até a definição do momento mais adequado para a aplicação, considerando variáveis, como clima, tipo de cultura e propriedades dos insumos. “A proposta é reduzir o desperdício, aumentar a eficácia no controle de pragas e evitar a contaminação de áreas vizinhas e sensíveis. A adoção de métodos mais precisos pode beneficiar tanto o meio ambiente quanto a rentabilidade da produção agrícola. Os ganhos de eficiência deste tipo de prática poupam recursos que podem tornar a produção mais lucrativa e evitam o desperdício de produtos em aplicações desnecessárias”, explicou Marcelo da Costa Ferreira, coordenador do workshop (ÚLTIMA FOTO INTERNA).
O Nedta também acompanha o avanço da agricultura de precisão, que utiliza sensores e mapeamentos detalhados para aplicar produtos apenas onde há necessidade real. A abordagem representa uma mudança na lógica de manejo, ao incorporar dados e monitoramento em tempo real à rotina da lavoura. Além da pesquisa científica, o grupo promove cursos, palestras e atividades de extensão voltadas à capacitação de produtores e profissionais do setor. O V Workshop sobre Adjuvantes em Caldas Fitossanitárias é uma de suas ações de destaque, por aproximar a ciência das demandas cotidianas do campo. O evento se consolida como um importante fórum de discussão sobre o tema no país e também se destaca como uma oportunidade estratégica de networking, reunindo fornecedores de matéria-prima, formuladores e consumidores finais de adjuvantes em um ambiente propício ao alinhamento de ideias, parcerias e novos negócios.
O mercado de adjuvantes agrícolas cresce forte no Brasil nos últimos anos devido à crescente necessidade de manejo sustentável das culturas no agronegócio. A necessidade de melhorar a produtividade agrícola para satisfazer a procura global por alimentos, fibras e energia é um dos fatores determinantes para o aumento da utilização de produtos de proteção das culturas.
O mercado movimentou R$ 2,9 bilhões em 2023, valor quatro vezes maior que o registrado em 2015. A soja liderou a demanda, concentrando 56% do total (R$1,6 bilhão), segundo levantamento com mais de 20 culturas. “Em seguida, vêm o milho, com R$522 milhões (18%), e o trigo e o algodão, com 5% cada. O equivalente a R$136 milhões e R$140 milhões, respectivamente. A cana-de-açúcar representou 4% do mercado, com R$113 milhões”, completou Lucas Lima Alves, da Kynetec Consultoria, líder mundial no segmento de informações estratégicas no agronegócio, que foi responsável pelo painel ‘Mercado de adjuvantes no Brasil: crescimento, segmentação, desafios’.
Os adjuvantes agrícolas são definidos como substâncias que não possuem ação biocida, adicionadas à formulação ou à calda de produtos fitossanitários visando a adequar propriedades físico-químicas, com foco na aplicação e na colaboração para a eficácia fitossanitária do tratamento realizado, mesmo em condições adversas. O setor é vital para a economia, com crescente demanda por inovação e tecnologia. O segmento agrícola é apenas uma parcela do imenso mercado representado pelos adjuvantes, que também são utilizados na indústria de alimentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, indústria química, medicamentos, tintas e vernizes, combustíveis, papel e celulose, entre outros.