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Cadeia da laranja brasileira ganha fôlego com retirada parcial do tarifaço

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Medida dos EUA reduz pressão sobre produtos brasileiros enquanto preços internacionais seguem em queda acentuada.

 

A cadeia brasileira da laranja recebeu um alívio importante no cenário comercial internacional. O governo dos Estados Unidos decidiu excluir parte dos subprodutos cítricos da tarifa adicional de 40% imposta em julho, uma medida que vinha pressionando ainda mais um setor já afetado pela queda expressiva dos preços globais.

A atualização, publicada na nova ordem executiva 14323 e assinada pelo presidente Donald Trump, restaurou a isenção tarifária para três itens da pauta brasileira: o óleo essencial de laranja, os subprodutos terpênicos e a polpa de laranja. A exceção vale para mercadorias embarcadas desde 13 de novembro. Todos permanecem sujeitos apenas à tarifa de 10% aplicada no chamado Liberation Day.

Apesar do avanço, outros derivados importantes seguem sob a sobretaxa integral, como os códigos 3301.90.20 e 3301.90.30, utilizados para o d-limoneno e outras frações não específicas de óleos essenciais. Esses produtos continuam classificados pelo governo americano dentro do grupo de “risco extraordinário” que justificou o tarifaço original.

A medida ocorre poucos dias depois de o suco de laranja brasileiro — tanto concentrado (FCOJ) quanto não concentrado (NFC) — ter sido totalmente incluído na lista de isenção das tarifas recíprocas de 10%. O benefício também está vigente desde 13 de novembro. A tarifa-base tradicional de US$ 415 por tonelada de FCOJ, entretanto, permanece inalterada, por não fazer parte das medidas emergenciais recentes.

Para o setor, o momento das isenções é decisivo. A demanda europeia diminuiu consideravelmente após um ciclo de preços recordes, derrubando a atratividade do produto brasileiro no exterior. “Essas isenções acontecem num momento importante em que o setor enfrenta um período de queda de preços devido à queda de demanda na Europa após um período de preços recordes que tiveram um efeito danoso no consumo”, afirma o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. Ele lembra que, segundo a Bolsa de Nova Iorque, a retração acumulada nos últimos 12 meses chega a 67%.

A expectativa é que as mudanças tragam algum fôlego ao setor, contribuindo para reduzir custos e preservar competitividade em um mercado ainda marcado por volatilidade e ajustes de demanda.

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