Movimentação revela mudança de estratégia do setor para garantir a independência na fabricação do insumo agrícola após início da guerra entre Ucrânia e Rússia.
Três anos após seu início, em fevereiro de 2022, a guerra entre Ucrânia e Rússia já deixou uma marca profunda no segmento de fertilizantes em todo o mundo independentemente do que aconteça no futuro. Preocupadas com a escassez ou, no mínimo, com o aumento no preço do insumo, que tradicionalmente têm os países envolvidos no conflito como fundamentais fornecedores globais, muitas nações decidiram mudar sua estratégia aumentando a produção interna para se tornarem menos dependentes da importação. Como protagonista do agro no cenário mundial, o Brasil não ficou de fora deste movimento e o crescimento do setor de instrumentação analítica, que fornece aparelhos para o controle de qualidade e pesquisa associados à produção de fertilizantes, é um dos primeiros a demonstrar sinais claros desta transformação no setor.
Segundo uma publicação da Agência Gov, o Brasil atualmente é responsável por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, ocupando a quarta posição, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos. No entanto, mais de 87% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados, evidenciando um elevado nível de dependência externa. Em novembro de 2024 o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), aprovou as diretrizes, metas e ações do novo Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). O principal objetivo é chegar a 2050 com uma produção nacional capaz de atender entre 45% e 50% da demanda interna, além de gerar oportunidades e empregos para os brasileiros.
Os números que acabam de ser anunciados pela brasileira Pensalab, uma das líderes nacionais em instrumentação analítica, revelam que a jornada neste sentido já começou. A companhia chegou ao final de 2024 com um crescimento de 76% na demanda por seus produtos e serviços relacionados a fertilizantes comparado aos volumes registrados no período anterior ao início dos ataques no leste europeu.
De acordo com a empresa, a maior procura foi por analisadores de processo, equipamentos que realizam análises químicas diretamente na unidade de produção industrial, como a composição de gases, propriedades em líquidos (como pH e condutividade) e no produto acabado, como tamanho e distribuição de partículas e umidade.
Equipamentos analíticos e de suporte a laboratório, no entanto, também têm sido bastante procurados, com destaque para a automação de análises tradicionais através de equipamentos de fluxo segmentado (FIA) e espectrofotômetros para análise elementar (ICP e RX). O Diretor de Produto e Mercado da Pensalab, Rafael Soares explica que a deflagração do conflito acendeu o alerta na cadeia de suprimento brasileira do agro, que passou a se movimentar fortemente no sentido de aumentar a produção nacional. “O setor de instrumentação analítica é um bom indicador dessa movimentação, já que fornece tecnologia essencial para que a manufatura deste produto obedeça aos padrões de qualidade adequados, como também cumpra com as exigências legais em termos de sustentabilidade. Desta forma, os números que apresentamos neste estudo comprovam a existência de um aquecimento real no setor. Além disso, há notícias no mercado sobre planos de expansão da capacidade de produção interna, especialmente no que diz respeito ao potássio, e investimentos em projetos para aumentar a produção de fertilizantes a partir de fontes alternativas e renováveis”, diz.
Um dos exemplos foi a inauguração do Complexo Mineroindustrial da EuroChem, em Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro. A expectativa é que essa fábrica consiga fornecer 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira.
Segundo Soares, além da guerra, outro fator que tem contribuído para o crescimento da instrumentação analítica voltada à produção de insumos é o aumento das regulamentações ambientais para novas indústrias deste tipo de produto no país. “Além das oportunidades no controle de qualidade e processo, as novas regras exigem um rigoroso monitoramento de emissões, efluentes e controle de qualidade, para garantir a conformidade com as normas do IBAMA, CONAMA e MAPA, criando uma demanda crescente por instrumentação analítica”, diz
De acordo com ele, a venda de equipamentos não é a única opção de negócios neste ecossistema. O executivo explica que há potencial para agregar valor por meio de serviços especializados, como consultoria para seleção de instrumentos adequados, treinamento técnico para operadores e suporte em calibração e manutenção. Existem ainda modalidades alternativas de prestação de serviços como comodatos e o “Data as a Service”, já adotado por clientes em outros segmentos. A Pensalab também tem desenvolvido parcerias estratégicas com laboratórios ambientais e consultorias, oferecendo soluções completas para empresas de fertilizantes que buscam não apenas cumprir normas, mas também otimizar processos produtivos e reduzir impactos ambientais.
“Neste momento de fortalecimento da indústria nacional de fertilizantes, os distribuidores de instrumentação analítica podem se diferenciar ao oferecer equipamentos que reduzem o consumo de reagentes, promovem automação e permitem monitoramento remoto. Dessa forma, essas empresas podem se consolidar como parceiros estratégicos para a modernização e sustentabilidade da indústria de fertilizantes no Brasil”, conclui.
Sobre a Pensalab – Com 30 anos de atuação no mercado, a Pensalab é líder em soluções analíticas para diversos setores da economia. Com equipamentos de alta precisão, ela garante análises confiáveis e eficientes para controle de qualidade e pesquisa. Operando com tecnologias avançadas, a Pensalab ajuda a garantir a segurança e confiabilidade dos produtos que estão presentes no dia a dia das pessoas. Conte com a Pensalab para otimizar seus processos e garantir a excelência de seus produtos. Para saber mais acesse https://pensalab.com.br/