Índice medido pela Mosaic sobe 2% em outubro, impulsionado por queda de preços e otimismo com o plantio da nova safra.
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de outubro encerrou o mês em 1,17, sinalizando melhora de quase 2% em relação a setembro (1,19) e mantendo a trajetória positiva observada nos últimos meses. O dado, divulgado pela Mosaic, reflete o equilíbrio entre o avanço do plantio, a queda nos preços dos fertilizantes e a oscilação moderada das principais commodities agrícolas.
No campo, o ritmo acelerado da semeadura da soja foi destaque — a cultura já cobre 46% da área prevista, com desempenho expressivo no Paraná e no Mato Grosso do Sul. Apesar disso, as condições climáticas começaram a preocupar produtores, que enfrentam relatos de replantio por falta de chuvas e perdas pontuais provocadas por tempestades.
No mercado internacional, negociações entre Brasil e Estados Unidos em torno de tarifas e a expectativa de um novo acordo comercial entre China e EUA movimentaram as cotações. A soja reagiu positivamente, retomando valores próximos aos maiores do ano, o que influenciou diretamente o IPCF. No balanço mensal, entretanto, as commodities registraram leve retração média de 1,5% — com alta do milho (+0,3%) e recuos em soja (-0,6%), algodão (-3,2%) e cana-de-açúcar (-2,6%).
Os preços dos fertilizantes caíram 3% no mês, acompanhando o comportamento das matérias-primas no mercado internacional. Houve queda em ureia e MAP, e estabilidade no cloreto de potássio (KCl), reflexo da manutenção da demanda global por potássio. O câmbio, por sua vez, apresentou valorização de 0,3% frente ao dólar, movimento insuficiente para anular o efeito positivo da redução dos custos.
Com a chegada da próxima safrinha e boas perspectivas de produtividade, o setor acompanha com atenção o clima e os desdobramentos da política comercial global. O relatório reforça a importância do planejamento e da gestão de estoques para evitar acúmulo de produtos nos meses de maior demanda.
O IPCF é calculado com base na relação entre os preços das principais commodities agrícolas — soja, milho, açúcar, etanol e algodão — e os valores dos fertilizantes mais utilizados no país. O índice, que adota 2017 como ano-base, indica que quanto menor a relação, mais favorável é o poder de compra do produtor.
