O dinheiro do agro Brasil

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Crédito do segmento avança 10% em dois anos

 

R$ 386 bilhões. Este foi o montante de crédito concedido à população rural brasileira de outubro de 2022 a setembro do ano passado. Os números foram divulgados pelo ‘Boletim Agro’ no fim do ano passado, publicação trimestral da Serasa Experian, empresa que lida com soluções de inteligência para análise de riscos e oportunidades. A tomada do recurso financeiro feita por essa população apresenta forte sazonalidade nas linhas Rural, Agroindustrial e Financeiras, com o pico registrado no 3º trimestre do ano passado e o menor montante nos primeiros três meses. O Cartão de Crédito é a única modalidade que não registra marco sazonal, apesar da expansão de 96% entre o quarto trimestre de 2020 e o terceiro trimestre de 2023.

 

A comparação do último trimestre de 2023 com o mesmo período do ano anterior apresentou um crescimento no número de novos contratos de crédito rural e agroindustrial para proprietários rurais de todas as categorias. A maior variação positiva ocorreu entre a população agro sem registro de cadastro rural: arrendatários, com um incremento de 15,1%, seguidos pelos pequenos proprietários, que obtiveram um acréscimo de 6,1% de novos contratos. Os dados também mostram destaque para o pequeno proprietário, mas segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o destaque registrado para os pequenos precisa ser relativizado, pois reflete a distribuição dessa parcela na população agro. “Em nossa base, tomando em consideração a classificação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), de cerca de 9,5 milhões de perfis ligados ao agro, eles são maioria, significando 72,4% do total. Os médios representam 5,5%. Os grandes são 8,1% e os ‘sem registro de cadastro rural, arrendatários ou grupo familiar’ são 14,0%”, explica.

 

No último trimestre de 2023, foram registrados cerca de 343 mil novos contratos de crédito rural e agroindustrial destinados à população agro, totalizando quase R$ 65 bilhões. A análise das regiões agrícolas brasileiras revelou que o Sul liderou em volume e quantidade, atingindo R$ 25 bilhões, em 175 mil contratos, sendo que essa quantidade superou todas as demais regiões somadas. Apesar disso, o Centro-Oeste teve destaque, pois apresentou os maiores tickets médios no período, com valor de R$ 602 mil por contrato e R$ 808 mil por CPF.​ 

 

O novo ‘Indicador de Inadimplência do Agronegócio da Serasa Experian’, que considera dívidas atrasadas a partir de 180 dias, também ganhará atualização trimestral dentro do Boletim. E já mostrou que o percentual da população rural inadimplente caiu no 3º trimestre de 2023, indo para 6,7%. Na comparação com o trimestre anterior (abril a junho de 2023), a retração foi de 1% e, feita a relação com o 3º trimestre de 2022, a baixa registrada foi de 0,2 ponto percentual. A categoria que mais teve destaque na inadimplência foram aqueles identificados como ‘sem registro de cadastro rural – arrendatários ou grupo familiar’. Desde o 3º trimestre de 2021, essa categoria sofreu um aumento que a descolou das demais, alcançando, no 2º trimestre de 2022, o percentual mais alto de nomes ‘em vermelho’ (12,5%). Em 2023, também no 2º trimestre, chegou a 13,5% e, nesse período, registravam o score médio mais baixo dentre todos os portes, com pouco mais de 468 pontos. Apesar disso, no 3º trimestre de 2023, marcaram melhora, com a taxa de inadimplência caindo para 10,0%. “O principal diferencial desse relatório é sua riqueza de detalhes. Conseguiremos entregar informações gerais, segmentadas por porte, faixa etária, linha de crédito, tempo de dívida, regiões agrícolas, unidades federativas. Um bom retrato financeiro do agronegócio no país”, comentou o head de agronegócio da companhia. 

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