Em qualquer lugar do mundo, eleição é igualzinho a uma partida entre Corinthians e Palmeiras.
O time que ganha fica eufórico, diz que a escolha foi a melhor para o país, que agora sim as medidas certas serão tomadas.
O time que perde fala que o resultado foi injusto, o juiz roubou, vai tentar anular o jogo, etc. etc.
Os Estados Unidos são um país diferente.
Além de o mais poderoso do planeta há praticamente duzentos anos.
Só eles têm uma eleição que não desperta nenhum interesse da população.
O voto é livre, o número de faltantes é gigantesco e só não é maior porque nas cédulas também há diversas decisões e ‘atrativos’.
Sobre juízes distritais, maconha livre, questões de trânsito, sexo, educação básica.
Em muitos estados, os eleitores recebem nas cabines de votação cupons de desconto para compras, propaganda de empresas, propostas de emprego.
A esmagadora maioria da população deles não faz a menor ideia de onde fica o Brasil.
E o nosso país não é visto como prioritário para as relações internacionais dos EUA.
O americano não dá a menor bola para quem vai ganhar a presidência.
Mas o resto do mundo sim.
Ou, pelo menos, é isso que as empresas de comunicação dizem.
Porém, a maioria das nações não vai sentir qualquer diferença.
Seja Trump.
Fosse Kamala.
Logicamente, existem decisões dos EUA que afetam negativamente alguns.
Mas o mundo e a economia logo se reagrupam de outra maneira e o jogo segue como se nada tivesse ocorrido.
O dólar disparou?
Sim, mas já galopou forte em outras inúmeras oportunidades.
E o motivo de tamanho avanço não é o presidente eleito nos ‘states’.
E sim a reforma que terá que ser feita na economia deles, que está com inflação altíssima, baixo emprego, preços disparando.
O Banco Central, o FED, vai ‘carcar fumo’ na taxa de juros até que a inflação seja domada.
Assim como está acontecendo no Brasil e vai prosseguir até, pelo menos, a metade do ano que vem.
Provavelmente, as medidas serão tomadas com mais acerto com Trump do que seria com Kamala.
Ela é a atual vice-presidente e uma das responsáveis pelo desacerto financeiro da potência.
Os comentaristas não param de falar que o agronegócio brasileiro vai se dar bem se Donald Trump voltar a taxar fortemente os produtos chineses que entram lá.
Mas se esquecem que a ‘Águia’ é um dos três maiores compradores de produtos nossos e temos que manter boas relações com eles assim como com os chineses, que adquirem quase metade do que o campo verde & amarelo produz.
Mais.
Diante da prepotência dos europeus, enquanto eles não entrem em falência, é ótimo negócio o Brasil exportar mais e mais caro para as duas maiores economias da Terra e turbinar os embarques para nações do sudeste asiático, África, América Latina e Japão.
Um professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP) falou certo.
“O Brasil precisa preocupar-se menos com o 47º Presidente dos Estados Unidos e ficar de olho nos problemas internos e nas medidas econômicas que são tomadas pelo Governo Federal”.
Falou e disse!
Logo, a ‘notícia bem sem graça’ é a de que o mundo não vai acabar.
O mundo faz sempre como as nossas mães.
Quando um produto está em falta, ou caro, em um supermercado, elas vão e compram em outro.