20 de setembro de 2020

Precisamos usar os portos brasileiros! Por Riba Ulisses

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, promoveu nesta semana uma conversa ao vivo pelas redes sociais para discutir os desafios do transporte entre portos do país e o andamento do programa de incentivo a este tipo de navegação que se chama ‘BR do Mar’.
O Brasil é o quarto maior país do mundo em termos de terras contínuas.
São 8,5 milhões de quilômetros quadrados e quase nove mil quilômetros de litoral.
Mesmo assim, o sistema de transporte de mercadorias por nossas águas representa apenas 11% de toda a nossa logística de distribuição de produtos pelo Brasil e pelo mundo.
Quem comandou o debate foi o consultor em Tecnologia da CNA, Reginaldo Minaré.

Ele afirmou que 80% da população brasileira mora a uma distância de no máximo 200 quilômetros da praia.
Logo, o grosso do nosso mercado consumidor está muito perto do mar.
Aproveitar isso vai melhorar a vida dos produtores rurais e dos consumidores, porque o custo logístico tende a diminuir bastante.

E a coordenadora de Assuntos Estratégicos da CNA, Elisângela Pereira Lopes, prova isso.
E dá um exemplo.
Uma tonelada de milho saindo de Sapezal, em Mato Grosso, até Fortaleza no Ceará, pela rota tradicional, que usa preferencialmente as rodovias, custa R$ 478.
Se usasse a cabotagem, custaria menos da metade.
Isto é, levando o milho por trem, rios e o mar.
E dava para custar menos ainda.
Basta realizar uma integração perfeita entre todos os tipos de transporte.

Elisângela Pereira Lopes examinou bem a questão.
Nossa infraestrutura não acompanhou o crescimento da produção de grãos.
Em dez anos, a produção das lavouras quase dobrou e a esmagadora maioria das safras ainda roda pelos portos do Sul e do Sudeste.
O diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias do Ministério de Infraestrutura, Dino Batista, deixou claro que a lógica do transporte moderno persegue a redução nos preços do frete, menos acidentes e aumento da regularidade.
E com a participação dos diversos meios.
Caminhões, trens, barcas, navios, aviões.
Mas a empresa que desejar adotar o uso da cabotagem como parte de uma solução logística tem de estar preparada para isso.

O representante do Ministério da Infraestrutura adiantou que o governo federal deseja criar um programa para os rios igual ao projeto ‘BR do Mar’.
E já discute o assunto, analisando os principais problemas, as soluções, as propostas de políticas públicas, a visão das entidades e dos atores interessados.
São encrencas que não acabam mais pela frente.
Como a retirada/destruição de pedras e rochas submersas que impedem a plena navegação do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, no Pará.
Quando a obra for finalizada, será criado um caminho por rios de 510 quilômetros entre Marabá e o porto de Vila do Conde, em Barcarena.
Com capacidade para exportar 20 milhões de toneladas de grãos.

É mole?

O debate promovido pela CNA terminou com uma certeza.
É necessário levar o que foi produzido na fazenda do Brasil para o nosso consumidor e do mundo inteiro da forma mais barata possível.
Usando muito bem trator, caminhão, trem, barca, navio, avião. Só assim vamos fazer o produto ficar mais lucrativo para os empresários rurais.

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.