10 de junho de 2020

No Agro, ‘é nóis’! Por Riba Ulisses

O Produto Interno Bruto do Agronegócio cresceu 3,3% no 1º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O número é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea, ligado à Universidade de São Paulo, a USP.
Quem se destacou mais foi a fazenda brasileira.
A elevação no segmento primário atingiu 5,85%.
Isto significa trabalho a mil no campo.

O setor de serviços ficou com 3,53%, ainda pegando o bonde positivo antes da piora da pandemia.
A agroindústria seguiu na toada da macroeconomia e cresceu 1,41%.
E os insumos apanharam do câmbio, mas ainda conseguiram emplacar elevação positiva de 0,43%.

A pecuária e a agricultura desempenharam muito bem.
Embalados por bons preços, problemas no abastecimento internacional de proteínas, a safra recorde no Brasil, a produção propriamente dita e o aumento da procura por alimentos em março, quando a doença avançou no país inteiro.

Quem se deu bem?
Café, arroz, milho, soja, trigo, banana, tomate, algodão, laranja e ovos.
Principalmente.

É importante destacar que este PIB é dos três primeiros meses do ano e não reflete o período mais problemático vividos pelo nosso país com o novo coronavírus, que foi abril e maio.
Não que o Agronegócio vá se dá mal nos dados do segundo trimestre do ano.
Certamente não.
Mas só para deixar claro que é uma realidade vivida já há um bom tempo.

Outros dois números também são bem interessantes para destacarmos.
Eles também são do início de 2020, mas só foram fechados agora e reforçam que o Agro segue sustentando como nunca a economia verde-amarela.
No primeiro mês deste ano, as vendas de fertilizantes foram de pouco mais de três milhões de toneladas, nada menos do que 10,3% a mais do que em janeiro de 2019.
A informação é da Associação Nacional para Difusão de Adubos, a Anda, e só destaca a força da safra de verão 2020/2021.
Os estados que mais usaram esses adubos foram Mato Grosso, com quase um terço do total, Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Apesar da maior quantidade entregue, a produção brasileira de fertilizantes intermediários recuou bem, mais de 12%, assim como o volume de importação, cujo tombo foi ainda mais expressivo: 14,7%.
Não são indicadores contrastantes ou tão preocupantes.
A indústria de fertilizantes no Brasil é poderosa, inclui marcas de grandes trades internacionais e acaba desovando parte do que produz para o mercado externo.

A economia globalizada é mesmo complexa e exige movimentos simultâneos de ocupação, ligação e transações comerciais das empresas e dos grupos corporativos com vários parceiros.
Assim como o Agro Brasil hoje pode ser chamado de uma potência transnacional.
Tanto que nos últimos doze meses bateu recordes na compra de agroquímicos e adubos.
Quase 32,5 milhões de toneladas.
Um investimento pra lá de bacana, que chegou a onze bilhões de dólares.

A mentalidade do brasileiro mudou pouco nos últimos 70 anos.
Ainda sofremos de um mal que o saudoso Nélson Rodrigues chamava de ‘Complexo de cachorro vira lata’.
Sempre nos achamos os piores do mundo.
Em tudo.
Não é bem assim.
Em diversas áreas.
No Agro, então, somos invejados e perseguidos mundo afora.
Graças à nossa competência.

 

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