Markestrat debate o Agro! Por Riba Ulisses

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Preparei um breve relato de como foi o debate realizado nesta semana pelo colegas do Markestrat Group, em Ribeirão Preto (SP).
Marcos Fava Neves, Roberto Fava, Fernando Kolya, Fábio MIzumoto, Matheus Cônsoli e José Carlos de Lima Junior falaram sobre Agronegócio, futuro, recuperação, prejuízos, negócios e, é claro, muito, mas muito sobre as  revendas e os distribuidores de insumos agrícolas, pecuários e veterinários. Segundo os organizadores, foram quinhentas pessoas presentes ao webinar e 330 empresas representadas. Acompanhe:

QUEM PODE GANHAR!

Escalada do câmbio.
As vendas dos supermercados. O movimento está semelhante ao do Natal.
Carnes em alta por causa do interesse chinês, que vai voltar com tudo. Com provável queda no consumo de alimentos exóticos naquele país por causa da origem da mutação do coronavírus.
Tempo bom para o suco de laranja, corrida pela vitamina C e aumento da imunidade. Preço subiu 25% em uma semana. Consumo vinha caindo e voltou a crescer forte.
Bom para soja, milho, café, ovos e nutrição em geral.
E também para papel e celulose pelo aumento do consumo de objetos de higiene pessoal e médico.

Enfim, panorama positivo para o Agronegócio. O mundo tem medo de ficar sem produtos. O Brasil pode se mostrar finalmente como um fornecedor fiel e confiável, de produtos seguros.
Os governos federal, estaduais e municipais vão injetar dinheiro na economia. Se é uma boa decisão, ainda há dúvidas, mas a bolada certamente vai ser gasta preferencialmente com alimentos.
A imagem do Agro. Que melhorou porque os inimigos pararam de bater e o setor se mostrou competente em permanecer trabalhando, mantendo o abastecimento e até doando materiais importantes para o combate à doença, como dar à população álcool em gel.
O menor custo com o uso do diesel, um insumo vital para agronegócio e os transportes.
E o mergulho forçado no digital, mesmo que entrando ‘goela abaixo’ da sociedade, em apenas quinze dias. Sem falar na explosão da digitalização das operações, como o uso de aplicativos. É um grande benefício.
Estamos ganhando nestes dias simplicidade nas decisões e adoção de novos modelos.
Sem falar em uma nova onda de solidariedade e inclusão. Tomara que persista depois do controle da doença e do fim do confinamento.

O Mestre Fava Neves não quis perder muito tempo com os setores que podem sofrer mais.
Mas apenas observou.

A saúde e a emoção das pessoas estão em baixa. Não há como evitar.
O PIB e comércio mundial vão amargar quedas profundas, mesmo sendo difícil precisá-las. No mundo, o tombo pode chegar menos 5% e no Brasil 0,5%. Mas tudo depende de quanto tempo vai durar o confinamento e o trânsito livre de pessoas.
Quem também sai perdendo é a visão mais liberal de economia para o nosso país. Um perigo quando tratamos do Brasil.
A confiança geral fica abalada, certamente.
O setor de serviços é o grande prejudicado. Viagens, hotéis, entrega de comida, turismo, eventos. Vai ser uma quebradeira geral. Segundo levantamentos, um empreendimento suporta apenas dezoito dias sem abrir as portas.
Vários produtos do Agro vão penar: etanol, flores, açúcar, algodão, couros, móveis, madeira, insumos em dólar. Destaque negativo também para o etanol de milho, no Brasil e nos Estados Unidos. O que ainda pode atrapalhar os preços do milhão grão ao longo do ano.
Insumos em dólar e caros. Dor no bolso dos produtores rurais que não fizeram compras antecipadas para safras de inverno de2020 e safra de verão 2020 / 2021.
A redução de dependência alimentar por parte de alguns países. Muitas nações vão querer proteger seus produtores e suas indústrias de transformação, impondo barreiras aos grandes exportadores, como nós.
Não duvidem, o mundo não será mais o mesmo em relação às exigências sanitárias.
E vão crescer bastante os custos de adaptação da produção aos novos cuidados para lidar com diversos tipos de vírus no futuro. Desde o espaçamento das linhas de plantio na fazenda até o número de funcionários transportados por veículos nas propriedades rurais.
Por fim, a interrupção parcial de algumas cadeias produtivas. O mundo globalizado foi uma vitória da riqueza e da distribuição de fartura para o ser humano. Vai doer na carne o processo de reintegração dos mercados.

Debate

Matheus Cônsoli ponderou que o período trouxe os bons ventos das tecnologias. Mas elas não são só na área de  Comunicação.
O coronavírus ainda precisa resultar em olhar atento e preciso para tecnologias de operação, de gestão de custos, de uso das máquinas, da agricultura de precisão. Certamente, o movimento vai acelerar quanto mais tempo durar os problemas da Pandemia.
Sem falar em adoção de soluções digitais para comercialização, indústrias, cooperativas, produtores, distribuidores, revendas. Produtores vão procurar mais informações e operações por e-commerce. Mudando a natureza do trabalho comercial, a venda e a compra de insumos.

Já o José Carlos afirmou que o momento deve exigir a identificação das lideranças e um necessário reaprendizado sobre gestão de riscos pela iniciativa privada e pelas autoridades públicas.

O Mestre Fava Neves, o Doutor Agro, foi curto e grosso: O grande drama é quanto tempo vai durar isso tudo?
É o que vai ditar o tamanho do estrago e o tempo necessário para correr atrás do prejuízo.
A China vai permanecer sendo importante no mercado e para a recuperação, mas muitos países vão iniciar um movimento de diminuir a dependência da indústria do gigante vermelho. Índia e Rússia são as grandes alternativas.
Para o Agro, não deve faltar insumo, eles vão estar mais caros por causa do câmbio e pelo menos por enquanto não há previsão de problemas com logística, portos fechados ou algo parecido.
Para quem traz produtos prontos, o fornecimento deve ser normal para o restante de 2020.  Para quem utiliza princípios ativos e faz mistura, vai ter que trabalhar bem para não ter atrasos ou até problemas de fornecimento.
Colaboração entre os próprios distribuidores, para resolver problemas comuns. Unir forças e viabilizar entrega e atendimento aos clientes. Colaboração vai ser muito necessária.

O Agronegócio e a Economia Brasileira!

O setor tem naturezas distintas e modelos diferentes de produção. Mesmo na exportação. Os grãos, em áreas extensivas e altamente mecanizadas, que usam menos funcionários. E atividades como leite e frutas, legumes e verduras, que usam mão de obra, parentes e família e vão precisar até mesmo de ajuda por parte dos governos. Impacto vai haver, mas penso que menos no Agro e mais no mercado interno do que das exportações.
O setor sempre vai estar exposto. Logo, os modelos de negócios devem mudar com mais rapidez. Gestão de riscos, variedade de fornecedores, estruturação para os momentos de turbulência, que certamente virão.

Marcos Fava: importante cada indivíduo pensar: como me posiciono diante de um mundo novo? Temos que ser pessoas de construção de valor e margens para quem nos contrata. Estou resolvendo o problema do produto de quem me contrata?
Temos que cuidar das pessoas e das cadeias produtivas!
Dentro das empresas, serão normas: eficiência, sobrevivência, operação durante a instabilidade. Buscar as pessoas que trabalham proativamente, juntas. Que estão preocupadas em melhor a empresa. E que procuram inovar insistentemente. Passando pelos pontos da operação e da proximidade com o cliente.
Só assim o Agro vai ter uma retomada em ‘V’.

Coluna Radar Agro

por Riba Ulisses

Jornalista há 38 anos. Formado na Universidade Estadual de Londrina e com especialização em Marketing na Cásper Líbero, em São Paulo. As principais experiências foram no jornalismo de televisão, e em revistas, sites e eventos ligados ao Agronegócio. Tem passagens por empresas como TV Globo, SBT, Safeway,  Jornal da Tarde, Folha de Londrina, Revista Placar e Rede Paranaense de Comunicação. Reportagem, com produção de matérias, programas e telejornais, e coordenação de equipes de trabalho em informação e entretenimento.
Desde 2017, AgroDiretor de Conteúdo no Grupo Publique.

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