Francisco Turra.
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, a ABPA.
Nesta quarta-feira, dia 19 de agosto de 2020, ele passa o cargo para o atual diretor-executivo da entidade, Ricardo Santin.
Ele comandou a União Brasileira de Avicultura, a UBA, e a Associação dos Produtores e Exportadores de Frangos, a ABEF.
Quando assumiu a instituição em 2008, eram 23 sócios.
Hoje, são 140 sócios.
Francisco Turra nasceu em Marau, no Rio Grande do Sul.
É advogado, foi prefeito da cidade onde nasceu, deputado estadual e deputado federal, Ministro do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ainda presidiu o Banco do Estado do Rio Grande do Sul e a Companhia Nacional de Abastecimento, a CONAB.
Turra presidiu durante doze anos a ABPA e é um dos grandes responsáveis pela transformação e pelo fortalecimento da imagem da avicultura e da suinocultura brasileira no exterior.
Sua atuação garantiu garantiu uma fatia importante do mercado asiático e cotas de exportação para a União Europeia.
Outra marca sua foi administrar com sabedoria várias crises.
Como a questão da carne com papelão, em 2017, e agora, com os casos de funcionários contaminados com o novo coronavírus dentro de frigoríficos e a informação de que o vírus teria sido encontrado em embalagens de carne de frango embarcada para Shenzhen, na China.
Turra comandou negócios de mais de US$ 1,2 bilhão em uma centena de ações internacionais.
Além de aumentar a receita com as vendas de carne de frango para o exterior em 40% e as de carne suína em 30%.
Agora, Francisco Turra vai viajar menos, ficar mais tempo com a família, atuar como consultor e integrar o Conselho Consultivo da ABPA.
O legado de Turra ao setor de carnes do Brasil é impressionante.
Abriu mais de 15 novos mercados, como China, Estados Unidos, México, Índia, Paquistão, Coreia do Sul, Japão, Mongólia, Moldávia, Mianmar e Vietnã.
A venda de carne de frango saiu de 3,2 milhões de toneladas para 4,2 milhões de toneladas. A de carne suína saltou de 607 mil toneladas para 750 mil toneladas.
Já a produção brasileira das duas proteínas cresceu quatro milhões de toneladas.
A ABPA também criou o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura, o SIAVS.
E o ABPA Data, um sistema inédito de inteligência competitiva exclusivo para associados, com um banco de informações de mais de 2,5 milhões de dados.
Também mudou o sistema para ter acesso às cotas de vendas da União Europeia e lutou para a diminuição no pagamento de imposto sobre os salários dos funcionários da indústria, das agropecuárias e das cooperativas.
Turra sai da presidência fazendo alertas importantes sobre um novo mundo.
A carne brasileira é de altíssima qualidade e é por isto que vende bem no planeta inteiro.
O Brasil reúne todas as condições para se tornar ainda mais competitivo porque o mundo necessidade cada vez maior de segurança alimentar.
Os frigoríficos brasileiros possuem ambientes de trabalho controlados e com normas rígidas, mesmo sem pandemia.
Já faz parte da rotina o uso de uniformes, máscaras e luvas. Os cuidados com a covid-19 exigiu a ampliação dos cuidados.
E a indústria do Brasil fez isso antes mesmo da determinação da quarentena em diversos estados do nosso país.
O mercado internacional está cada vez mais imprevisível.
O consumidor mudou.
Nos países ricos, a tendência por menos produtos processados e novos modelos de consumo fora de casa crescem.
A pandemia provocou o crescimento dos custos de produção para as empresas.
A pandemia não foi o maior fator de influência sobre o contexto internacional das proteínas.
Foi a Ásia, especialmente a China, quem ditou o desenho do comportamento produtivo. Principalmente por causa da Peste Suína Africana.
Vai crescer a dinâmica de negócios internacionais.
A carne de aves permanece com grande competitividade no mercado brasileiro.
A cadeia produtiva não pode tirar da mira nunca a confiança dos consumidores.
O cuidado com a saúde é a pauta principal.
Sábias palavras, Francisco Turra.
Parabéns pelo maravilhoso trabalho, realizado com extrema competência
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