14 de agosto de 2020

‘ECR Scot’ faz a radiografia do Boi! Por Riba Ulisses

Ele faz a diferença na Comunicação e gestão do Agronegócio do Brasil.
Alcides Torres.
O ‘Scot’.
Apelido que ganhou por ter sido escoteiro quando era jovenzinho.

Pois o escoteiro cresceu, tornou-se engenheiro agrônomo estudando na ESALQ – USP.
E como falo sem cansar:  não conheço um só cabra que tenha passado por Piracicaba e que não venceu na carreira profissional.

Pois o Scot abriu a Scot Consultoria e se tornou uma referencia em trabalhar na Pecuária de Corte e Leite.
Um papa em organizar eventos de qualidade.
Um ser humano criativo, feliz, competente.
Dono do sorriso mais cativante do Agro do Brasil.

E que voltou a brilhar nestas duas semanas, nas duas etapas do ‘Encontro de Confinamento e Recriadores’ da Scot Consultoria, o ‘ECR 2020 Digital’, uma plataforma virtual exclusiva, que debateu vários temas que envolvem diretamente a recria e o confinamento na pecuária brasileira e internacional.
Foram seis dias, de quarta-feira a sexta-feira, sempre à tarde.

Várias feras da pecuária no auditório principal, falando o que está rolando e o que vai ocorrer no futuro.
Gente como Bruno Carneiro e Pedreira, da Embrapa Silvipastoril de Mato Grosso.
O Mestre Moacyr Corsi, da Universidade de São Paulo.
O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Alceu Moreira.
O economista Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro.
Os executivos Fabiano Tito Rosa e Luiz Ricardo Alves Luz  do Minerva Foods.
Celso Moretti, da Embrapa.
O ex-secretário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o MAPA, Ivan Wedekin.
Mariane Crespolini, do MAPA.
E a ministra Tereza Cristina.

Ainda teve a presença de tarimbados consultores, como Lygia Pimentel, da AgriFatto, e Liliane Suguisawa, da DGT Brasil. Gestores que administram fazendas, como Rodrigo Brüner, da Tulipa Agropecuária. Luciano Penteado, da Firmasa. Alexandre Bueno de Oliveira, da Fazenda Conforto. Marcos Túlio Borges Caetano, do Confinamento São Lucas. Jefferson Jacomélli Dias, da Fazenda Brasil. Pesquisadores como Sergio Pflanzer, da Unicamp. E os analistas da Scot Hyberville Neto e Rafael Ribeiro.
Sem falar nas palestras realizadas pelas empresas Nutron Cargill, Prodap, Vale, Bellman Trouw Nutrition, CMA, Inpasa, Phileo, Gestão Agropecuária (GA) e Boehringer Ingelheim.
Além da interação dos participantes nos estandes virtuais das empresas expositoras.

Mas, e a nossa Pecuária?
Nossa economia?
E o Agronegócio brasileiro no futuro?
Com ou sem pandemia da Covid-19?

Vamos lá para as principais conclusões.

Não existe mais calmaria na Pecuária do Brasil.
O acerto na gestão da fazenda deve ser a norma e não a exceção.
A recria começa bem antes do bezerro nascer.
E a obrigação é desmamar animal pesado, usar boa suplementação e medir tudo do começo ao fim.
Intensificação e integração proporcionam lucro, mas é preciso planejamento e a ação deve ser adequada para cada realidade.
Recria intensiva com bezerros desmamados é bom, o animal jovem responde muito bem.

Os resíduos são boa opção para a substituição de ingredientes tradicionais, mas é necessário atenção aos preços, a concentração de enxofre e a disponibilidade do material no momento da compra.
O Corte pode ser um negócio altamente lucrativo, porém precisa de eficiência dentro de casa.
Cuidar dos pastos, das estruturas funcionais, do tamanho dos lotes, do manejo sanitário.
O bezerro está caro. Precisa ser muito bem explorado para entrar no confinamento com um investimento menor do que a compra do boi magro.
E ganhar peso no momento exato.

A pecuária brasileira moderna e rentável necessita de Logística, Tecnologia e digitalização intensa.
Mas também de uma simples balança, para pesar os animais.
O pecuarista precisa entender de uma vez por todas que a pastagem é uma atividade exigente, uma cultura, que necessita de gestão. E aliada a uma fertirrigação correta, bem medida, pode render tanto quanto o uso da adubação química.

Todas as fases da Pecuária apresentam dores.
Para criadores, recriadores e confinadores.
O fundamental em qualquer sistema, é interpretar os dados, ter uma balança para pesar os animais e manter o olho nas pastagens.
Só assim para pagar o ágio e ter margem.

O Agro precisa de uma comunicação mais inteligente, construtiva e persistente.
Alimentamos o Brasil e duas centenas de países.
O mundo precisa saber disso com clareza e profundidade.

O período pós-pandemia vai ser de bons negócios por causa da persistência da Peste Suína Africana (PSA) na Ásia e Europa, a volta das compras de carne pelos Estados Unidos, a volta do food service no exterior e no Brasil e a possibilidade de novos investimentos por causa dos juros baixos.
Os problemas serão o tombo de 6% na economia mundial, o desemprego muito alto no Brasil, o consumo interno em baixa, o fim do auxílio dos R$ 600, os gastos públicos explodindo, o câmbio nervoso e a produção frigorífica ameaçada pelo Ministério Público e a Justiça.

Nos últimos doze meses, todos os preços das categorias de bovinos subiram. Da cria ao boi gordo.
Milho e farelo de soja vão permanecer caros. Além de puxarem os valores do soro, da polpa cítrica, do caroço de algodão e DDGS.
A estratégia de comercialização é fundamental para o confinador.

A indústria brasileira da carne bovina é moderna e procura melhorar constantemente os animais que chegam dos cochos.
Tem um mercado interno forte, que consome 80% do que o país produz, e tem acesso total aos mercados externos.
Mas as ofertas de bois são sazonais, nossa imagem internacional é ruim e temos um parque frigorífico superdimensionado, com um alto custo fixo e mão de obra intensiva demais, com baixa automação.
Os frigoríficos confiam no interesse crescente da China pela carne bovina, nos problemas enfrentados pelos concorrentes internacionais e na exploração comercial de novos tipos de gado, dos nichos de mercado e das certificações.

Porém temos que atuar em nome de tendências que são irreversíveis: segurança alimentar, sustentabilidade, aumento do comércio eletrônico, coordenação dos elos da cadeia, concentração em todos os elos, gestão, tecnologia e digitalização.
Quase metade dos pecuaristas brasileiros não conhece o próprio custo de produção e não faz nenhuma proteção para o negócio.
A política agrícola constrói o futuro. E ajuda os empreendedores rurais mais ousados.
Tivemos um papel fundamental no abastecimento de alimentos para o brasileiro e ainda mantivemos as exportações para dezenas de países, mesmo em meio a uma pandemia.
O Agro trabalha demais e não pode ser desrespeitado.

É, foi um baita de um evento.
Com ótima audiência.
O Radar Agro ficou ligado para não perder nada.

 

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