6 de setembro de 2020

Agro Brasil deveria esquecer a Europa! Por Riba Ulisses

É um pedaço do planeta que desvendou um Mundo Novo, a partir do século quinze.
O nome é Europa.
Ao mesmo tempo, um pedaço do mundo que atualmente mais parece um moribundo.
O nome é União Europeia.

O  vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi notícia ao afirmar que o acordo comercial entre o Mercosul, o Mercado dos países do Cone Sul, e a União Europeia parece que está fazendo água.
Derretendo.
Desmilinguindo.
Apesar de todos os esforços e todas as negociações do ano passado.

Mourão pôs a culpa na Argentina, que sofre uma crise séria por conta da economia destroçada sem parar desde o início desta década, da dívida impagável que tem em dólares e dos casos crescentes de contaminação pelo novo coronavírus.
Mourão anunciou sua opinião em um momento importante.
Um debate organizado pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio de Janeiro.

Vamos lá pensar juntos.

O acordo preliminar de livre comércio assinado pelos dois blocos em junho do ano passado não vale nada.
Ou melhor, é uma boa intenção.
Que demorou mais de vinte anos para tomar forma.
Mas, como diz o ditado, de boas intenções o inferno está cheio.

O acordo só vale se for aprovado pelos governos de cada um dos países da Europa que estão na União e ainda ser sacramentado pelo Parlamento Europeu.
Sabe quando isto vai ocorrer?
É mais fácil o presidente Jair Bolsonaro pedir o Lula em casamento.

Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai são loucos para terem acesso sem restrições ao comércio com os europeus.
Damos um show neles quando o assunto é boi, suíno, aves, peixes, cana, açúcar, milho, soja, arroz e por aí vai.
Produzimos mais, com mais qualidade e com preços bem mais baixos.
E os caras pagam bem à beça.
Sabe porque?
Porque eles precisam dos produtos.
Basta ver o dinheiro que a pecuária brasileira consegue com míseras 120 mil toneladas exportadas por ano de carne bovina com Sisbov ou dentro da Cota Hilton.

O continente europeu ainda tem fôlego e é um grande exportador de commodity.
Mas a Europa sofre nas mãos de sindicatos, políticos demagogos e associações de produtores e indústrias que não tem eficiência para competir com os produtos do Agro da América do Sul.
E enfiam nos consumidores deles alimentos mais caros, com a desculpa de que os cidadãos devem comprar dos produtores locais e não de países estrangeiros.
E acusam a gente.
Dizem que nosso produto é mais barato porque tem doenças, derrubamos florestas, matamos índios, mantemos trabalhadores escravos, judiamos de criancinhas, destruímos a Amazônia.
A imprensa deles ‘bate bumbo’ nesta melodia e o político que se meter a ir contra os produtores do país não ganha eleição nem para síndico de condomínio.

O eleitor europeu é estúpido igual ao do Brasil, dos Estados Unidos, da Rússia.
Pensa que vota bem ao proteger o trabalhador incompetente do próprio país.
Mesmo pagando mais caro para comprar os produtos.
Não entende que produzir bem, com preço competitivo e qualidade, é obrigação de qualquer setor, seja no seu país ou num fornecedor internacional.
Quando um eleitor vota em um incapaz, vai comprar mal, pagar mais caro, perder renda e beneficiar gente sem competência.

Os europeus ainda tem fôlego.
Entenda que quando falamos em Europa, temos três níveis de países.

Os melhores.
Alemanha e Inglaterra.
Duas superpotências.
Competentes, produtivas, eficientes.

Um meio termo.
A França.
Um país com uma economia vigorosa, potente, mas em franca decadência.
Está de joelhos diante de uma massa miserável de imigrantes ilegais, economia claudicante, políticos incompetentes e demagogos, e uma produtividade industrial e agrícola atolada em dívidas, subsídios e má gestão.

E o resto.
A ralé.
Portugal, Itália, Espanha e afins.
Economias falidas, sem importância ou estagnadas, que só permanecem em pé graças ao dinheiro da Alemanha.
E  que ainda acalentam um sonho tão antigo quanto impossível: uma união europeia.

É irônico.
Os cabras não se entendem nem entre eles, em cada país, uns querendo matar os outros, províncias que se odeiam, pregam boicote ao governo central, promovem atentados.
E falam de um bloco só?
É uma piada!

Os ingleses, que não são bobos, caíram fora dessa.
Os alemães também não são bobos.
E hoje torram bilhões para transformar a União Europeia em um grande supermercado dos produtos da potência germânica.

O Euro não é uma moeda séria.
Trocar um Real por um Euro para visitar Portugal?
Um país minúsculo, cuja economia é menor do que a do município de São Paulo?
Não é um câmbio que tem credibilidade.

O acordo com o Mercosul surgiu forte no horizonte assim que Donaldo Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.
Os europeus odeiam os americanos.
São muito ingratos.
Os Estados Unidos sempre salvaram a Europa.
Na primeira e na segunda grandes guerras.
Na última, livrou os caras de Adolf Hitler e ainda pagaram a reconstrução de todos os países.
Só pediram em troca que eles mantivessem espaços militares no continente para impor respeito aos comunistas de Joseph Stalin.
A OTAN.
Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Os políticos europeus têm inveja dos americanos.
Eles construíram até uma Disneylandia na França.

Agora, a mídia brasileira e europeia batem na tecla de que o acordo com os países sul-americanos não vai ser aprovado pela União Europeia.
Por causa da Amazônia, de doenças em nossos bovinos, bobagens assim.
É hilário!
Logo os europeus, que destruíram o próprio meio ambiente e puseram abaixo florestas em todas as colônias que exploraram no planeta inteiro, além de matar pessoas, escravizar seres humanos, roubar todas as riquezas minerais.
Um continente que sofre com vários casos de Peste Suína Africana, Gripe Aviária e teve que abater milhões de cabeças de bovinos na virada do século por causa do ‘Mal da Vaca Louca’.

A situação europeia é mais para pena.
Uma região que tem como principal defensora uma pré-adolescente chamada Greta Thunberg.
Uma jovenzinha que abandonou a escola há mais de um ano, é explorada pelo próprio pai para ganhar dinheiro de ong´s bancadas por empresas europeias do Agro.

Mercosul e União Europeia começaram a negociar há 20 anos, com diversos governos envolvidos nas conversas.
Poderia ser um acordo histórico, envolvendo um mercado de quase meio bilhão de consumidores.
O ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC, o brasileiro e competente Roberto Azevêdo, reconheceu que o momento político atual não é o mais favorável para o acordo comercial, mas recomendou que ambas as partes mantenham o senso de urgência e pensem no longo prazo para a oportunidade não ser perdida.

O conselho é ótimo.
Mas a OMC é como o vovô gagá.
A  família gosta, mas ninguém respeita.

Roberto Azevêdo e o vice-presidente Mourão são pessoas diplomáticas.
Dizem apenas o que é possível.
Não podem enfiar o dedo da ferida com tudo.

Seria maravilhoso ter um acordo comercial com os europeus.
Para eles e para os países do Mercosul.
Mas eles não vão fazer isso.
Pelo menos até entrarem em falência generalizada.

A política sempre deixa o bom administrador cego.
Como o Brasil precisa ser prático, é melhor abraçar cada vez mais os Estados Unidos, a China e outros países asiáticos como parceiros efetivos de comércio.
E deixar a União Europeia afundar até o fundo do poço.
Uma hora dessas, eles submergem.

 

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.