8 de setembro de 2020

A Integração ganha a América Latina! Por Riba Ulisses

É a nova revolução que o agronegócio brasileiro está promovendo para produzir mais, ganhar mais dinheiro e usar melhor o solo, os seres vivos, o clima e o ar da fazenda.
Integração lavoura, pecuária e floresta.
Uma ideia tão espetacular que já está se espalhando por diversos países americanos

Mas, o que é integração?
É assim: o empresário rural usa a área que pode da propriedade para produzir gerenciando várias atividades.
Produz carne e leite com bovinos, por exemplo.
Mas poderia ser carneiros, peixes, ovelhas, etc.
Planta no mínimo três culturas.
Sempre revezando.
Pode ser soja, milho, sorgo, milheto, cevada, amendoim, cana, etc.
E ainda espalha árvores que vão render sombra para os animais de criação e dinheiro quando elas estiverem maduras, na hora de serem vendidas para tornarem-se madeira, papel, lápis, pisos, postes, forros de tetos e parede, etc.

A lógica da integração é que o solo, origem da vida ao lado do sol e da água, vai estar sempre rico em nutrientes naturais, e fértil por causa dos dejetos dos animais e da rotação das culturas, que alternam positivamente os elementos que vão alimentar as várias lavouras.
A chamada ILPF permite diversificar a produção, ter receita com várias atividades produtivas ao mesmo tempo e ainda recuperar as pastagens degradadas e diminuir as emissões de gás carbono.
Isto é, ainda é uma tecnologia de baixo carbono.

Este assunto foi a vedete dos debates do Seminário internacional sobre Sistemas agrossilvipastoris na América Latina e Caribe, realizado no início deste mês, para confrontarem e analisarem os resultados de pesquisas e experimentos realizados em países como Brasil, Colômbia, Argentina, Paraguai, Uruguai, México, Chile e Cuba.
Uma articulação da Embrapa e mais de uma dezena de instituições de pesquisa espalhadas por toda a América Latina.

Mas se tem alguém com bagagem para falar de resultados sempre grandiosos  é o Brasil.
A estimativa é que a área ocupada com a Integração lavoura, pecuária e floresta hoje seja de mais de 17 milhões de hectares.
E pode dobrar de tamanho até 2030.

Pode ser utilizada em qualquer propriedade, levando em consideração as peculiaridades dos diversos biomas brasileiros.
Um sistema ousado nesse sentido e que já permitiu a introdução de espécies diferentes no Maranhão, por exemplo, com babaçu, sabiá e eucalipto.
O mesmo pode ser feito com coco, cacau, frutas, pequi, pinhão, etc.

O norte dessa revolução no Brasil vem sendo dado pela Associação Rede ILPF, uma entidade privada, sem fins lucrativos e independente, formada a partir de uma parceria público-privada e que tem o objetivo de acelerar a ampla adoção das tecnologias de integração por produtores rurais para a intensificação sustentável da agricultura nacional.
E levar adiante um trabalho fantástico realizado nos últimos 40 anos, que transformou solos ácidos e pobres em solos férteis; introduziu a tropicalização de sistemas de produção e desenvolvimento de uma plataforma de práticas sustentáveis e políticas públicas.
Assim, nossa produção de alimentos cresceu 400% e a produtividade outros 200%, poupando-se 250 milhões de hectares.
E ainda fazendo preservação.
Atualmente, 66% do território brasileiro é de vegetação nativa e 30% é formado por pastagens, lavouras e florestas plantadas.

Os dirigentes da Associação Rede ILPF não titubeam e garantem: “Precisamos melhorar no quesito recuperação de pastagens degradadas e a Rede tem papel fundamental no cumprimento da meta.
Assim como este belo trabalho de integração das pesquisas efetivadas na América Latina, por meio da RedSiip.
Um exemplo de compartilhamento de estudos e experimentos para a adoção de tecnologias e sistemas sustentáveis de produção de alimentos.
É isso aí.

 

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