Os dados são oficiais.
Em 2020, foram registrados 399 defensivos químicos para proteção de cultivos.
Menos do que os 433 insumos químicos registrados em 2019.
O contrário do que afirmam muitos veículos de comunicação.
Não houve recorde, nem aumento no número de registros de defensivos agrícolas químicos em 2020.
Na verdade, houve redução de 8%.
Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O que a sociedade precisa refletir é se é bom ter menos registros de agroquímicos aprovados para a agricultura do país.
A resposta é: não necessariamente.
Foi a primeira redução na quantidade de químicos liberados desde 2015.
Mas ela não deve ser comemorada.
Existe uma necessidade urgente de novas tecnologias para combater pragas e doenças com eficiência.
Só assim o Agro consegue evitar a redução da produção de alimentos.
O que houve na verdade no ano passado foi um belo aumento nos registros de produtos biológicos.
94 liberações.
Em 2019, foram 40.
Um crescimento de 135%.
Que comprova o aumento de produção e uso dessa classe de produtos, que se enquadram nos parâmetros do Plano Nacional de Bioinsumos, lançado no ano passado exatamente para estimular a produção biológica.
Os primeiros resultados comprovam que a iniciativa teve resultado.
A desinformação ou a má informação são extremamente prejudiciais para a agricultura brasileira.
Os defensivos agrícolas combatem insetos, fungos, doenças e ervas daninhas, que podem comprometer o acesso da população aos alimentos.
Sem esses insumos essenciais, o Brasil poderia perder 100 milhões de toneladas de grãos por ano.
Os números de registros de defensivos de 2020 escondem outros detalhes.
A maioria dos químicos aprovados já está em uso no mercado.
São apenas genéricos.
Só 15% são novas soluções.
Os produtos demoram mais de cinco anos na fila de aprovação.
Alguns, até oito anos.
O governo federal tenta melhorar a produtividade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do próprio MAPA.
Logicamente, sem perder a rigorosa avaliação de todos os produtos.
Mas o Brasil ainda é pelo menos duas vezes mais lento neste processo do que os europeus, os asiáticos e os norte-americanos.
É preciso vencer o preconceito em relação aos insumos químicos.
Eles ajudam a produzir mais alimentos e são essenciais para colocar comida na mesa das pessoas.
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