9 de outubro de 2020

O caso das sementes é alerta ao Brasil! Por Riba Ulisses

Seria ou não uma teoria conspiratória?
O mistério são as sementes piratas que chegam a vários brasileiros sem que ninguém tenha pedido.
Já dura três semanas.
Pessoas em diversos estados recebem pacotes de sementes vindos de quatro países da Àsia.
E as pessoas nem são produtores rurais.

Pode até parecer uma brincadeira.
Mas o assunto é muito grave.
E o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o MAPA, sabe disso.
E avisou que as pessoas não podem abrir os pacotes.
Precisam é entrar em contato com a Superintendência Federal de Agricultura do estado onde você mora ou o órgão de defesa agropecuária mais próximo da sua casa, para entregar o material.
A importação de sementes e mudas deve atender a requisitos rígidos estabelecidos pelo MAPA.
Elas podem causar a entrada de pragas indesejadas ao nosso país, causando prejuízos graves para a agricultura e ao meio ambiente.

Não é á toa que você recebe vários avisos por escrito e por rádio quando sai do Brasil e volta, por avião ou navio.
A importação de material vegetal é controlada com rigidez pelo Mapa e pelas autoridades em aeroportos e portos brasileiros.
Deve atender a requisitos de fitosanidade, qualidade e identidade.
E valem para qualquer modalidade de compra e aquisição, incluída a compra eletrônica com entrega via remessa postal.

A lista de materiais de propagação vegetal e origens com importação autorizada, bem como os requisitos a serem cumpridos, pode ser consultada no site do Mapa.
Somente poderão ser importados materiais de propagação de espécies ou de cultivares inscritas no Registro Nacional de Cultivares, o RNC.
A lista de espécies e cultivares registradas no Brasil também está disponível.
Pessoas físicas ou jurídicas que pretendem importar material de propagação devem estar inscritas no Registro Nacional de Sementes e Mudas, o RENASEM.
Estão isentos desse registro as pessoas físicas e jurídicas que pretendem importar para uso próprio em sua propriedade ou em propriedade que detenham a posse, devendo, entretanto, atender às mesmas exigências para importação que dizem respeito à origem e espécies autorizadas, bem como requisitos a serem cumpridos.

Quer um exemplo da encrenca que a introdução de uma nova praga pode causar?
A “vassoura de bruxa”, um vegetal que não vivia no campo brasileiro, atingiu as lavouras de cacau do sul da Bahia em 1989.
Todos os pés de cacau do estado tiveram que ser cortados e queimados.
O Brasil passou de exportador para importador de cacau.
Milhares de trabalhadores rurais perderam o emprego.
Fazendeiros tiveram que vender as terras ou simplesmente se mataram.

Quer mais?
O MAPA informou que foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de pragas que não existem no Brasil nos pacotes de sementes que chegaram.
As análises identificaram a presença de ácaro vivo em uma amostra.
Três fungos diferentes em 25 amostras.
Bactéria em duas amostras.
E a possibilidade de pragas que não existem no nosso país em quatro amostras.
Toda a análise foi realizada no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás.

Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes recebidos no Brasil, em 24 estados e no Distrito Federal.
Os únicos estados que ainda não informaram que receberam material assim foram Maranhão e Amazonas.
O governo promete dar mais informações sobre novos exames nos materiais em um mês.

Quer outro dado?
Do ano passado para 2020, houve um aumento expressivo no número de apreensões desse tipo de material na central de distribuições dos Correios em Curitiba, onde é coordenada a inspeção de pacotes de peso até dois quilos.
Todos os pacotes passam por escaneamento e também pelo cão farejador Thor, treinado no centro de detecção do Mapa.
Só no primeiro semestre deste ano, a fiscalização interceptou 34 mil caixas ou envelopes contendo folhas, flores, caules, mudas, bulbos e sementes.
De todo esse material, 26 mil foram destruídos, 2,3 mil foram devolvidos ao local de origem e 5,2 mil liberados após checagem da documentação.

Preste atenção.
Eu achava que era teoria conspiratória o Juca Kfoury acusar o João Havelange e o genro dele, Ricardo Teixeria, de ladrões da CBF.
Errei.
Porém, por enquanto, até que me provem o contrário, penso que realmente foi a turma do Bin Laden que destruiu dois prédios simbólicos dos Estados Unidos e matou milhares de americanos em 2002.
Também acho que ninguém drogou o Ronaldinho gordo na Copa do Mundo de 1998.
Que o planeta Terra não é plano e nem tem forma de uma esfera.
Que nenhuma força oculta tirou Jânio Quadros do poder.
Que o Lula e os seus chegados são mesmo bandidos.
Que a Dilma realmente nasceu sem cérebro.
E que existem, sim, mudanças no clima da Terra.
Há bilhões de anos.
Mas nenhuma delas comprovadamente por interferência do ser humano.

Logo, aconselho alerta máximo aos ministros Tereza Cristina e Tarcísio Gomes.
O Brasil precisa aumentar o cuidado em portos, correios, aeroportos, rios e estradas nas fronteiras.
Muitos países fazem campanha aberta contra nós por causa da surra de eficiência e produtividade que damos em nações como Estados Unidos, Alemanha, França, Austrália, Irlanda, Inglaterra e outros.
E a surra só vai crescer nos próximos trinta anos.
Vamos aumentar a produção de alimentos em 40%, avançar em inúmeros mercados e nos tornarmos a primeira potência do setor no planeta.
O que vai causar desemprego, instabilidade social e luta política entre lideranças pelegas de sindicatos, indústrias, trabalhadores e governos nos países mais ricos.
Atualmente, eles dizem que somos competentes apenas porque desmatamos e colocamos fogo nas florestas.

Não duvide que eles comecem a boicotar o Brasil com casos como esse, de material infectado entrando ilegalmente em nosso território.
Um crime fácil de cometer por causa das comodidades criadas pelo comércio eletrônico em todo o planeta.
Aliás, comodidades muito benvindas.
Mas que só reforçam a prudência com os bandidos.
Logicamente, os países fariam isto mantendo-se incógnitos.

O podcast Radar Agro lembra o Brasil de alguns dos vários ditados recitados pela genial dona Maria Magdalena:
“Precisamos ter um olho no peixe e outro no gato”.
“Seguro morreu de velho”.
“Quem desdenha, quer comprar”.
“Este olho é irmão deste outro olho”.
“Ficar esperto não é lição. È obrigação”.

È isso aí, mãe!
Estou contigo.
Até a próxima!

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