8 de maio de 2024

Spacevis lança ferramenta que monitora bovinos em tempo real

Ainda limitada a um pequena parcela do rebanho nacional, a rastreabilidade de bovinos no Brasil contará a partir deste ano com uma nova ferramenta capaz de não só identificar os animais, mas também de monitorar seus sinais vitais e localização em tempo real usando tecnologia semelhante às aplicadas em smartwatches. O serviço, lançado durane a ExpoLondrina, é resultado de três anos de pesquisa e desenvolvimento realizado pela startup Spacevis, recém-adquirida pelo multifamily office GHT4 em parceria com a Stocci, empresa de análise de dados que também já recebeu investimento do grupo. O valor da transação é mantido em sigilo. “As tecnologias de identificação animal que existem hoje não permitem monitorar o boi, apenas identificar. Isso cria brechas para a mudança do animal de uma fazenda ilegal para uma fazenda legal. Trata-se de um processo de rastreabilidade muito falho”, observa o diretor presidente da Spacevis, Guilherme Canavese.

A possibilidade de monitorar os animais é o primeiro passo para um dos principais objetivos dos investidores: tornar o rebanho brasileiro um ativo de garantia em operações de crédito. “O Brasil tem mais de 200 milhões de cabeças, o equivalente a um estoque de R$ 800 bilhões, que não é usado pela indústria financeira em operações de crédito porque ela não sabe se esse animal existe. Nossa tecnologia acaba com essas dúvidas”, diz. Segundo ele, a empresa já está em negociação com uma instituição financeira para realizar o lançamento de uma Cédula de Produto Rural (CPR) lastreada apenas em rebanho bovino. A previsão da companhia é entregar 50 mil brincos de monitoramento nos primeiros três meses de operação, chegando a 300 mil até o fim deste ano e a um milhão em 2025.

“Esses são números conservadores porque estamos falando de um mercado de mais de 200 milhões de cabeças de gado”, afirma. O investimento é o primeiro aporte do grupo GHT4 no agronegócio, que viu na solução desenvolvida pela Spacevis uma “porta de entrada segura” no setor pecuário partir da oferta de novas tecnologias. “A gente enxergou no agro uma zona desassistida do ponto de vista financeiro, tecnológico e de controle”, comenta o diretor-presidente do grupo, Rafael Cosentino. Os executivos também destacam o potencial que a tecnologia tem para fazer frente à crescente cobrança do mercado por maior controle do setor no quesito ambiental. “Acredito que a nossa tecnologia veio para ajudar todo o segmento da pecuária a dar mais transparência e mais confiança para o mercado de que estamos fazendo a melhor pecuária do mundo”, diz Canavese.

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