22 de agosto de 2024

ANCP lança DEP de Facilidade de Parto

Ação fez parte do ‘28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores – da Prenhez ao Parto’, realizado no primeiro dia de atividades da Expogenética 2024

A Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP) realizou nesta última sexta-feira, em Uberaba (MG), o ‘28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores – da Prenhez ao Parto’. O evento foi a principal atração do primeiro de atividades da Expogenética 2024, organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). O seminário contou com palestras de profissionais como Antonio Chaker, Executivo do Instituto Inttegra; Pedro Veiga, Gerente Global de Tecnologia de Bovinos de Corte da Cargill Animal Nutrition; José Luis Vasconcelos, Médico Veterinário, Mestre em Produção Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais, Doutor pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Professor na UNESP em Botucatu (SP); e Fernando Baldi, Pesquisador Sênior da ANCP. Os painéis ‘Tudo se inicia pela cria’ e ‘Lançamento da DEP para facilidade de parto’, além de dois debates envolvendo produção de bezerros, tarefas do criador e o trabalho de expressar ao máximo as tecnologias genéticas colocadas à disposição da Pecuária brasileira.

As duas grandes atrações foram o lançamento da DEP (Diferença Esperada na Progênie) para Facilidade de Parto (FPP) e do Sumário de Touros Edição 2024, das raças Guzerá, Brahman e Tabapuã, publicação que conta com quase 40 edições. Tudo para um público de criadores, pesquisadores, técnicos agropecuários, empresas da área de genética, programas de melhoramento genético, associações de raças bovinas, professores e estudantes de ciências agrárias. “A DEP para Facilidade de Parto é sinônimo de percentual de sucesso. Seu valor absoluto não tem utilidade prática, mas deve ser utilizada como comparação entre os animais. Para calibrar ainda mais as decisões de seleções para novilhas primíparas, calculando as DEP´s da FPP direta e da FPP materna. Será uma aliada importante da seleção para precocidade sexual e diminuição das perdas gestacionais. Ferramenta genética para auxiliar na seleção de precocidade sexual do rebanho. Sem falar que a DEP e o Peso ao Nascer estão correlacionados”, explicou Fernando Baldi.

A Associação é uma empresa líder na gestão do conhecimento em melhoramento animal e promove o evento para compartilhar o trabalho produzido pelos pesquisadores e criadores, em prol da evolução da pecuária de corte zebuína. O melhoramento genético é uma tecnologia indispensável para uma atividade de sucesso, com altos índices de fertilidade, alta produtividade, ciclo curto de produção, eficiência alimentar, carcaças padronizadas, carne de qualidade e lucratividade para o criador. O trabalho da identificação da DEP envolveu 984 novilhas de oito rebanhos, ano de parto em 2022, genotipadas ao nascimento, com informações de fenótipo ao parto e peso ao nascer. E a apresentação cuidou de orientar pecuaristas do país inteiro sobre como coletar os dados para facilitar a análise realizada pela Associação dos parceiros interessados.

Todo o sistema de produção moderno foi examinado e espelhado ao longo do Seminário da ANCP. Logo na abertura, o pecuarista e CEO do Instituto Inttegra, Antonio Chaker, falou sobre o ‘superciclo’ tecnológico que vai abraçar cada vez mais a produção de carne e leite nas fazendas brasileiras. “A pecuária vai ser impactada de uma forma impressionante. Todos os ecossistemas estarão conectados e o Brasil vai ser uma potência do alimento, cada vez com mais força. Diante desse quadro, qual o papel de todas as fazendas? É a de fazer biotecnologia. E, do lado dos negócios, entregar o que as boas fazendas realizam. 20% sobre o que vale o gado. Ou 4% sobre o valor da terra. E o trabalho vale a pena. Afinal, as novas tecnologias ainda não substituem a fotossíntese. Então, por enquanto, o futuro do pecuarista está garantido. Basta ficar atento à gente, gestão e produção”, afirmou. Chaker ainda anunciou o lançamento do Projeto Genética ANCP, um grupo formado para avançar nos processos gerenciais das fazendas. Ainda pela manhã, nada menos do que cinquenta profissionais já haviam garantido presença no grupo.

Outros alertas ‘seguros’ vieram na sequência, com as palestras de Pedro Veiga e José Luis Vasconcelos, o ‘Zequinha’. “Os estudos indicam claramente que o terço médio e final da gestação é vital para a formação de músculo e tecido adiposo do bezerro. Precisamos dar proteína, ureia para a vaca gestante. É a nutrição adequada. E ter atenção com a importância do colostro, o suprimento adequado de aminoácidos. 70% das fazendas do Brasil usam menos do que deviam de suplementação mineral”, alertou Pedro Veiga. “Não existe pacote tecnológico único para resolver todos os problemas dos pecuaristas. A solução é a integração de várias tecnologias. E procurarmos mudar o meio para expressar o potencial genético possível. Nosso trabalho é ajudar o ambiente a expressar melhor a genética utilizada. E colocar a vaca no lugar certo, na hora certa, do jeito certo. E IATF (Inseminação Artificial por Tempo fixo) para controlar quando o bezerro vai nascer. Sem esquecer, nunca, que vaca boa é a que vai parir gorda”, cravou José Luis Vasconcelos.

O encontro ainda reservou espaço para uma mesa redonda intitulada ‘Com a palavra, o criador’, que teve a mediação de Manoel de Sá, da Alta Genetics, e reuniu Flávio Sandim, da Genética Aditiva; Carine Faifer e Felipe Faifer, da Nelore Cedro; Guilherme Pontieri, da Agro Pontieri, e Fernando Baldi. Eles trataram de abordagens da fazenda moderna, como as estratégias dirigidas às várias regiões do brasil, a luta persistente contra as perdas, busca de bons partos, adotar o parto auxiliado, caprichar no manejo de maternidade nas fazendas, na qualidade dos funcionários e no levantamento e monitoramento sistemáticos de todos os dados. “Existem muitas tecnologias chegando. Como as análises multirraciais Brahman, Guzerá e Tabapuã, além da DEP da Lucratividade em confinamento”, revelou entusiasmada Letícia Pereira, analista Sênior da Associação. “Trabalhamos para os pecuaristas terem orgulho de pastos, do manejo de solo, do layout da fazenda, da suplementação de precisão, da genética potencializadora, da reprodução potencializadora, da sanidade em dia, do Bem-Estar Animal”, sintetizou João Guimarães Filho, presidente da ANCP.

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