Tecnologia muda trato com os animais e leva ética ao campo e às cidades

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O papel transformador das novas tecnologias é uma realidade em diversos setores, incluindo a saúde animal. Empresas como a MSD Saúde Animal lideram a jornada digital do campo, promovendo inovações que otimizam a gestão, elevam o bem-estar dos animais, aprimoram os resultados e, principalmente, reforçam uma relação mais ética entre homens e animais, favorecendo o conceito de saúde única, que prevê a integração harmoniosa entre pessoas, animais e meio ambiente.

No agronegócio, a adoção de tecnologias avançadas agregou diferentes atividades para aperfeiçoar as práticas, a gestão e facilitar o dia a dia do produtor, como responder de forma mais ágil às demandas de produtividade e qualidade e basear suas decisões em dados concretos. Esse processo, conhecido como data-driven mindset, significa utilizar informações detalhadas e mensuráveis para guiar todas as etapas da produção e do manejo.

É o que explica Thiago Ponte, líder de um dos centros de excelência globais da MSD Saúde Animal, focado em Inovação e Experimentação. “Quando usamos dados para orientar as decisões, sabemos exatamente onde acertamos e como replicar esse sucesso. Em caso de erro, o ajuste pode ser feito rapidamente, evitando desperdícios e otimizando recursos. Isso traz uma nova dinâmica de precisão, onde o campo se torna mais eficiente, sustentável e seguro digitalmente.

Tecnologia como aliada do bem-estar animal
A transformação digital está impactando diretamente o bem-estar animal. Com o uso de sensores, câmeras e sistemas de inteligência artificial, os produtores conseguem monitorar cada animal individualmente, detectando variações comportamentais e físicas que, de outra forma, seriam imperceptíveis. Os dados capturados por essas tecnologias permitem reconhecer muitas variáveis antes invisíveis nas práticas de manejo tradicionais, demonstrando que, assim como os humanos, os animais respondem de maneira complexa a diferentes estímulos, como alegria, estresse, dor e prazer.

“Observar essa complexidade nos permite avaliar o impacto das nossas ações de maneira sistêmica e resgatar a responsabilidade ética que temos, garantindo que os interesses humanos e dos animais sejam equilibrados, construindo uma relação em que todos saem ganhando, de forma sustentável e permanente”, afirma Thiago.  A digitalização no campo tem revolucionado a forma como os produtores monitoram e cuidam da saúde animal de maneira geral, além de aumentar significativamente a produtividade. Esse processo envolve a integração de tecnologias como sensores conectados, inteligência artificial, blockchain (banco de dados avançado) e biometria digital, que permitem uma abordagem mais eficiente em toda a cadeia de produção. A principal vantagem é que elas possibilitam identificar problemas antes que eles aconteçam, prever possíveis complicações e tomar as medidas corretas rapidamente.

O profissional ainda ressalta que “a implementação de tecnologias como blockchain e identificação digital também fortalece a rastreabilidade de toda a cadeia de produção, garantindo que todos os processos sejam seguros e transparentes, permitindo acompanhar e conhecer todo o histórico do animal e de sua vida produtiva’’, explica Thiago. Inclusive, a rastreabilidade por meio do blockchain assegura que todas as etapas da produção sejam registradas de maneira imutável e acessível, oferecendo maior confiança e segurança tanto para os produtores quanto para os consumidores. O especialista complementa: “Já a identificação digital ajuda na individualização dos animais e no acompanhamento contínuo de suas condições físicas e comportamentais, promovendo um manejo mais adequado e personalizado”.

Esse nível de precisão no manejo proporciona resultados superiores na produção de proteína animal, elevando os padrões de eficiência e, ao mesmo tempo, garantindo que o bem-estar dos animais seja respeitado. Com a coleta contínua de dados por sensores e dispositivos, os produtores conseguem ajustar fatores como nutrição e ambiente com mais assertividade, otimizando recursos e promovendo um cuidado mais ético e responsável.

O mercado já contempla diversas tecnologias direcionadas para o setor agro, entre elas os identificadores Allflex, que atribuem um número único e exclusivo a cada animal, com o benefício direto de não causar sofrimento ao gado e permitir um manejo menos estressante para todos, com mais precisão e agilidade. E, também, sistemas como SenseHub Dairy, que fornece soluções para monitoramento de vacas leiteiras e que coleta, por meio do identificador ou do colar de monitoramento, informações como atividade, tempo de ingestão, ruminação e frequência respiratória. São informações confiáveis e assertivas fornecidas por dispositivos eletrônicos e plataformas digitais.

A tecnologia versus o vínculo entre tutores e animais de companhia
A inovação tecnológica também está transformando o cuidado com animais de companhia, criando novas maneiras de monitorar e melhorar a saúde e o bem-estar dos pets. Por meio de tecnologias como monitoramento remoto e aplicativos de telemedicina, os tutores têm acesso a uma série de ferramentas que facilitam o acompanhamento de seus animais em tempo real.

‘’Existe um universo de startups e empresas investindo neste setor que tanto cresce, dentre os quais a própria MSD Saúde Animal, com o portfólio SurePetcare, que permite identificar individualmente os pets e, assim, monitorar sua saúde, rastrear sua localização e permitir uma nutrição individualizada e balanceada. Praticamente tudo que é pensado em tecnologia hoje para humanos, tem sua equivalência no mundo animal”, diz Thiago.

Tendências futuras: inteligência artificial e novas soluções digitais
De acordo com Thiago, a tendência é que, nos próximos anos, a tecnologia continue avançando rapidamente e desempenhando um papel fundamental no que diz respeito à saúde animal. A inteligência artificial generativa promete acelerar ainda mais o desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor. Com algoritmos cada vez mais sofisticados, está sendo possível criar novas ferramentas de monitoramento, diagnóstico e tratamento, elevando ainda mais os padrões de cuidado e produtividade.

De um lado, segundo o especialista, há um cenário em que a digitalização e a conectividade ainda precisam de investimentos significativos. “Nesse contexto, as empresas enfrentam desafios para implementar uma cultura digital sólida e maximizar o uso básico das tecnologias. Embora já existam alguns avanços, o caminho a percorrer ainda é extenso.”

Por outro lado, Thiago avalia que já estamos testemunhando o crescimento de um segundo universo, caracterizado por aqueles que estão na vanguarda da transformação digital. Esses pioneiros estão continuamente em busca de soluções inovadoras, demandando um mercado que responda com tecnologias criativas e disruptivas. “Com responsabilidade e diálogo, vamos explorar novas possibilidades que vão além da nossa imaginação atual. É fundamental que tanto as empresas quanto os consumidores estejam abertos a essa transformação, pois ela trará não só inovações tecnológicas, mas também um novo padrão de interação e cuidado com todos os seres vivos, com um protagonismo especial reservado aos animais”, finaliza Thiago.           

 

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