Para alimentar o futuro: inovação, fertilizantes especiais e bioinsumos

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No Dia Mundial da Alimentação de 2025, celebrado em 16 de outubro, somos desafiados a enfrentar uma questão que se renova a cada safra: alimentar uma população em crescimento em um planeta sujeito às mudanças climáticas e à pressão sobre os recursos naturais. A agricultura, que está entre os setores mais impactados por essas transformações, também é parte essencial da solução. Por isso, a data reforça o papel transformador da inovação agrícola na construção de sistemas produtivos mais resilientes, eficientes e sustentáveis.

Nesse contexto, os segmentos que representamos — fertilizantes minerais especiais, organominerais, orgânicos, biofertilizantes, condicionadores de solo, substratos, adjuvantes e insumos biológicos — têm papel estratégico na adaptação da agricultura às mudanças climáticas e na promoção de uma produção mais eficiente e de baixo carbono. Ao proporcionar maior eficiência na absorção de nutrientes, reduzir desperdícios e melhorar a saúde do solo, esses produtos tornam possível produzir mais com menos impacto, demonstrando que inovação e sustentabilidade podem caminhar lado a lado na construção de um futuro alimentar equilibrado.

Os fertilizantes especiais vão além da simples oferta de nutrientes. Eles reúnem tecnologias que reduzem as perdas e tornam a nutrição das plantas mais eficiente. Algumas categorias são de base mineral, com mecanismos que controlam a liberação ou aumentam a eficiência de uso dos nutrientes; outras podem também possuir componentes orgânicos, bioativos ou aditivos funcionais que melhoram a absorção e o aproveitamento pelas plantas.

Os biofertilizantes, formulados com substâncias naturais como extratos vegetais, compostos orgânicos e algas, atuam no metabolismo das plantas, estimulando crescimento, enraizamento e resistência a estresses hídricos e térmicos.

Os inoculantes, por sua vez, reúnem microrganismos benéficos capazes de favorecer a fixação biológica de nitrogênio e disponibilizar nutrientes no solo, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos e contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

Já os biodefensivos utilizam microrganismos, extratos vegetais ou metabólitos naturais no manejo biológico de pragas e doenças, reduzindo o uso de defensivos químicos e preservando a biodiversidade e o equilíbrio ecológico dos agroecossistemas.

Em conjunto, essas tecnologias elevam a eficiência produtiva, fortalecem a resiliência das lavouras e reduzem a pegada ambiental, reforçando o papel da agricultura como aliada da mitigação climática e da segurança alimentar.

Além disso, sabemos que em regiões onde o custo dos alimentos limita o acesso da população, soluções que reduzam custos de produção e otimizem a logística agrícola tornam-se ainda mais estratégicas. Por isso, incentivamos a inovação e a integração entre pesquisa, indústria e campo, promovendo tecnologias adaptadas às condições de solo, clima e realidade produtiva de cada região.

Reconhecemos também que o papel de entidades como a Abisolo é central: atuar como ponte entre empresas, universidades e órgãos reguladores, contribuindo para políticas bem calibradas, programas de estímulo e soluções escaláveis que promovam inovação, sustentabilidade e competitividade no agronegócio.

Neste Dia Mundial da Alimentação de 2025, olhamos com otimismo cauteloso para os avanços alcançados no combate à fome, mas também reconhecemos os desafios persistentes — especialmente nas regiões onde a tecnologia agrícola e os fertilizantes especiais e bioinsumos podem fazer a diferença entre a escassez e a abundância.

 Roberto Levrero é presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo).