1 de fevereiro de 2022

Estratégias nutricionais para aumentar a produção de leite das porcas matrizes

Os avanços na produtividade dos suínos estão ligados a cinco principais fatores: melhoramento    genético, nutrição, manejos, ambiência (instalações e equipamentos) e sanidade.  As matrizes são selecionadas geneticamente para alta prolificidade, no entanto, para que alcancem o máximo potencial genético, todos pontos acima relatados devem estar adequados com as exigências de cada fase da reprodução. Na lactação, o volume de leite produzido pela porca interfere diretamente no desempenho da leitegada, em especial, quando os leitões não são suplementados, dependendo apenas do leite para atender suas exigências até o período de desmame. Entender e atender as exigências nutricionais das matrizes nas fases de reprodução resulta em maior produtividade e leitegadas mais pesadas, minimizando as perdas com descarte das mesmas ou baixo desempenho dos leitões.

É imprescindível a definição de estratégias nutricionais diferenciadas de acordo com os diferentes estados fisiológicos da matriz, sabendo que o desenvolvimento do aparelho mamário  inicia aos 45 dias de vida, seguindo para recria e reposição até o início da puberdade. Posteriormente passando pelo flushing e gestação, até a fase pré-parto onde ocorre grande evolução das glândulas secretoras de leite, culminando na fase de lactação (até o desmame dos leitões). Adequar as dietas e manejos alimentares, por ordem de parto deve ser considerado quando se busca alto desempenho, tendo em vista que primíparas tendem a produzir menos leite, além de leitões mais leves, quando comparado as matrizes de segundo parto em diante (multíparas), isso em função do crescimento da matriz e evolução do aparelho mamário.

Tendo em vista a evolução das glandulas mamárias nos últimos dias de gestação, o uso de dieta pré-parto fornecida de cinco a sete dias antes do parto é uma estratégia viável para atender à exigência crescente de energia, bem como de proteína, aminoácidos, cálcio entre outros. Durante a fase de lactação, apesar da matriz apresentar um consumo alto de rações, dependendo do tamanho da leitegada e outros fatores que podem aumentar a demanda de nutrientes, as fêmeas tendem a utilizar parte das reservas corporais para atender esse déficit nutricional, gerando diminuição do escore corporal.

Formular rações balanceadas para atender essas exigências requer matérias-primas de qualidade, sendo que a utilização de ingredientes energéticos como o milho e óleo de soja, podem ser complementados ou substituídos, seja totalmente ou parcialmente, por gordura de palma, açúcar, concentrados a base de farelo de bolacha, além da utilização de aditivos enzimáticos que potencializem a digestão dos ingredientes.

Além do farelo de soja, outros ingredientes proteicos podem ser utilizados como soja integral extrusada, soja semi-integral, farelo de canola, farinhas de origem animal e leveduras, combinadas aos aminoácidos sintéticos que possibilitam o acerto da melhor relação entre energia e aminoácidos. A utilização de aditivos palatabilizantes e aromatizantes se faz necessário pois conferem atratividade para as rações, auxiliando a melhorar o consumo das rações.

A utilização de dietas diferenciadas na fase de lactação de acordo com ordem de parto, muitas vezes, não é possível devido ao sistema de alimentação ser único, neste caso uma das estratégias  viáveis é a utilização de suplementos energéticos e proteicos, de pronto uso, adicionados diretamente nos comedouros das primíparas e demais matrizes que estão com baixo consumo de ração, baixa produção de leite ou com queda de escore corporal. O importante neste caso é fornecer de forma gradual, com programa de adaptação e de preferência nos dois tratos do dia        (início da manhã e final da tarde).

Uma estratégia muito abordada, porém, ainda negligenciada, é o monitoramento da temperatura e da qualidade da água, manejos de bebedouros e limpeza das tubulações. Fornecer água em temperatura adequada e de qualidade é tão importante quanto as estratégias listadas  acima, visto que o consumo de ração está diretamente ligado ao consumo de água.

Em regiões de clima quente, as preocupações são ainda maiores. Afinal, a água também é utilizada pela matriz como estratégia para regulação de temperatura corporal, reduzindo estresse térmico e auxiliando na manutenção do bem-estar. A utilização de aditivos via água, que possibilitem aumentar o consumo de água, além de controlar a proliferação de microrganismos, é uma estratégia viável, porém sua utilização necessita de monitoramento rigoroso, pois dependendo da característica da água o aditivo pode não ser eficaz no que se propõem.

A Vaccinar possui concentrados, suplementos, núcleos e premix, além de aditivos e matérias-primas com possibilidade de diferentes combinações, cujo a finalidade é auxiliar o suinocultor na obtenção do melhor desempenho durante esta fase. Para mais informações consulte um representante Vaccinar. 

Matias Appelt é Especialista em Nutrição de Suínos da Vaccinar.

 

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