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Produtores recuperam o ritmo de plantio e safra 2024 | 2025 de grãos pode ser a maior da história

Mesmo com diversos desafios climáticos que se apresentam a cada safra, a produção de grãos no Brasil deve alcançar um recorde histórico em 2024 | 2025. Já no segundo levantamento, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) confirmava um novo recorde para a produção, de 322,5 milhões de toneladas, aumento de 8,2% (ou 24,6 milhões de toneladas) em relação à safra anterior. O crescimento reflete o avanço da área cultivada projetada em 81,4 milhões de hectares, sendo 1,8% acima, ou 1,46 milhão de hectares. O resultado é atribuído às condições climáticas favoráveis que permitiram o progresso do plantio das culturas de 1ª safra e as expectativas positivas para as safras subsequentes. No milho, a Conab estimou a produção em 119,8 milhões de toneladas, 3,6% superior à de 2023 | 2024. A área, por sua vez, deve ser 0,2% menor, totalizando 21 milhões de hectares, entre os quais: 3,77 milhões de hectares serão cultivados na primeira safra; 16,6 milhões de hectares na segunda  safra; e 694,4 mil hectares na terceira safra. A Conab prevê uma produtividade 3,8% maior para o cereal, totalizando 5.702 kg/ha. Já o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) voltou a elevar a previsão para a oferta global em 2024 | 2025: de 1.217,19 milhão de toneladas (outubro) para 1.219,40 milhão de toneladas (novembro), alta de 2,21 milhões de toneladas. Com isso, a produção seria 0,7% menor do que a anterior; ou 10 milhões de toneladas a menos. Para China, Brasil e Argentina, o USDA manteve os números conforme o relatório anterior, em 292 (+1%), 127 (+4%) e 51 (-4%) milhões de toneladas, respectivamente. Com a colheita praticamente finalizada, o órgão reviu a produção nos Estados Unidos: 384,6 milhões de toneladas, 1,3% inferior. Os estoques finais do milho devem fechar 2024 | 2025 em 304,1 milhões de toneladas, 3,2% menores ou 10 milhões de toneladas a menos do que 2023 | 2024. Estes números justificam a leve alta nos preços do grão desde dezembro passado. 

Na soja, o segundo relatório da Conab indica uma produção em 166,14 milhões de toneladas, 12,5% maior do que o último ciclo. No caso da oleaginosa, a maior oferta justifica-se tanto pelo aumento da área (que será de 47,36 milhões de hectares, 2,6% maior), como de produtividade (3.508 kg/ha; 9,6% superior). Vale destacar que a Conab ampliou a oferta e a área de soja no comparativo do primeiro para o segundo relatório, no fim do ano passado. Já o relatório de novembro passado do USDA reduziu as estimativas de produção mundial em 2024 \ 2025: de 428,9 milhões de toneladas (outubro) para 425,4 milhões de toneladas (novembro), 0,8% inferior ou 3,5 milhões de toneladas a menos. Ainda assim, é muita soja. Se comparada com 2023 | 2024, a oferta será 7,8% superior ou 30,7 milhões de toneladas adicionais. Com o término da colheita, a projeção para Estados Unidos foi revista de 124,7 para 121,4 milhões de toneladas, produção que, ainda assim, será 7,2% maior que 2023 | 2024. O Brasil segue com 169 milhões de toneladas (+ 10,4%), Argentina com 51 milhões de toneladas (+ 5,8%) e a China também apresenta a mesma projeção do último mês, 20,7 milhões de toneladas (- 0,6%). Com isso, os estoques finais de soja estão estimados em 131,74 milhões de toneladas, 17,2% maiores ou com 19,32 milhões de toneladas adicionais. Incrível a capacidade de recuperação de nossos agricultores após um início de safra com atraso no plantio de soja. Um exemplo: as operações alcançaram 74% da área prevista até o dia 17 de novembro passado, contra 65% no mesmo período de 2023. Mato Grosso com 97% (2023: 91%), São Paulo com 98% (2023: 91,0%), Goiás com 80% (2023: 62%) e o Paraná com 92% (2023: 84,0%). 79% das áreas de soja já estavam em desenvolvimento vegetativo, 15% em emergência e 5% em floração. Foi praticamente tirada a preocupação de atraso na segunda safra de milho. 

Nos Estados Unidos, a colheita da soja (2024 | 2025) finalizada. O contrato futuro de soja para vencimento em janeiro deste ano foi  cotado em US$ 9,845/bushel na data de fechamento desta coluna (25/11), 0,6% inferior ao preço há um mês (US$ 9,906/bushel). No algodão, pela Conab, 3,2 milhões de toneladas devem ser produzidas no Brasil em 2024 | 2025. A boa perspectiva de preços da pluma no mercado internacional deve estimular o aumento de área, que está estimada em 2 milhões de hectares (+ 3,3%). Por outro lado, a produtividade média deve cair, em vista das previsões climáticas um pouco menos favoráveis do que no último ciclo, fechando em 2.598 kg/ha de algodão caroço (-3,1%) e 1.845 kg/ha da pluma (- 3,1%). Já o USDA fez um leve reajuste na oferta global da pluma em 2024 | 2025: de 25,4 milhões de toneladas (outubro passado) para 25,3 milhões de toneladas (novembro passado), queda de 0,4% ou 100 mil toneladas a menos. Ainda assim, a oferta será 2,8% superior à de 2023| 2024. Nos principais produtores, a perspectiva é a seguinte: China com 6,14 milhões de toneladas (+3,2%); Índia com 5,23 milhões de toneladas (-5,4%); Brasil com 3,66 milhões de t (+15,5%), e Estados Unidos com 3,09 milhões de toneladas (+17,4%). Ao final de 2024 | 2025, o USDA indicava estoques globais em 16,5 milhões de toneladas, 1,5% maiores ou 252 mil toneladas a mais do que o último ciclo. 

Por fim, nas culturas de inverno do ano passado, a segunda estimativa da Conab apontou para uma produção total de 9,8 milhões de toneladas, representando uma redução de 800 mil t ou 7,5% em relação ao ciclo anterior, que totalizou 10,6 milhões de toneladas. O destaque é o trigo, cuja produção foi revisada para 8,1 milhões de toneladas. Redução atribuída a condições climáticas mais adversas nos principais estados produtores, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. 

Nesse momento, o foco deve estar em: 

Acompanhar o plantio da mega safra de grãos 2024 | 2025 no Brasil. Olhar para as condições e fenologia das lavouras nos ajuda a entender como será o desenvolvimento e produtividade ao final do ciclo.

Acompanhar o clima e a previsão climática. Os relatórios indicam que o La Niña deve ficar para este ano e os efeitos não serão sentidos no ciclo 2024 | 2025 na América do Sul.

Acompanhar o plantio de grãos na Argentina. Até a primeira quinzena de novembro, menos de 10% das áreas de soja haviam sido semeadas, o que é comum para a região.

Avaliar os primeiros movimentos da equipe de Donald Trump, presidente eleito novamente nos Estados Unidos. Ele prometeu aumentar as tarifas sobre produtos chineses, mexicanos e canadenses. Conversar para cessar a guerra Rússia e Ucrânia. Provável apoio ao conflito no Oriente Médio.

Olhar para a economia e o câmbio. Aproveitar momentos de alta para travamento de preços. As perspectivas são bastante positivas, mas é preciso ter cautela e seguir acompanhando os fatos que alteram as ‘regras do jogo’ dia após dia. 

Boa safra a todos!

Marcos Fava Neves – Professor Titular das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP), FGV (São Paulo – SP) e Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto –
SP).
Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. (FOTO AO ALTO).

Vinícius Cambaúva – Associado na Markestrat Group e professor na Harven Agribusiness School. Especialista em comunicação estratégica no agro. (FOTO INTERNA).

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