Tarifas de reciprocidade dos EUA ameaçam exportações brasileiras

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Mudança na política comercial americana pode impactar agronegócio e siderurgia, setores altamente dependentes do mercado dos Estados Unidos.

 

Caso os Estados Unidos implementem uma política de tarifas de reciprocidade, as exportações brasileiras podem sofrer impactos expressivos, sobretudo em setores como agronegócio e siderurgia. A proposta, defendida pelo presidente Donald Trump, visa equiparar as tarifas americanas às impostas por seus parceiros comerciais, o que pode reduzir significativamente a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano.

Segundo levantamento do Banco Mundial, a tarifa média de importação aplicada pelo Brasil sobre produtos dos EUA é de 11,3%, enquanto as mercadorias brasileiras que entram nos EUA enfrentam uma tarifa média de apenas 2,2%. Essa diferença de 9,1 pontos percentuais coloca o Brasil em desvantagem caso Washington decida aplicar tarifas mais altas sobre produtos brasileiros.

“Se os EUA adotarem essa medida, teremos diminuição das exportações brasileiras por perda de competitividade para outros mercados que possuem acordos comerciais mais favoráveis”, alerta Thiago Oliveira, CEO da Saygo, empresa especializada em comércio exterior.

O agronegócio e a siderurgia seriam os setores mais afetados por uma eventual retaliação tarifária americana. O Brasil é um dos principais fornecedores de produtos como aço, celulose e carne bovina para os Estados Unidos. Se as tarifas de importação forem elevadas, o espaço ocupado pelos exportadores brasileiros pode ser rapidamente preenchido por países com tratados comerciais mais vantajosos para os americanos. “As empresas terão que buscar novos mercados ou incentivar o consumo interno para compensar as perdas”, lamenta Oliveira.

A discussão sobre tarifas de reciprocidade ganhou força nos últimos meses, impulsionada pela retórica protecionista de Trump. Em discursos recentes, ele reiterou a intenção de revisar as relações comerciais dos EUA com parceiros que impõem tarifas mais altas sobre produtos americanos. Especialistas alertam que, mesmo que a medida não seja implementada de imediato, a incerteza já gera impactos no planejamento das empresas e na previsibilidade dos investimentos.

A possibilidade de uma nova política tarifária nos Estados Unidos reforça a necessidade de o Brasil diversificar seus mercados de exportação e buscar maior integração em acordos comerciais globais. A depender das decisões de Washington, a estratégia de internacionalização das empresas brasileiras poderá ser decisiva para mitigar os riscos e assegurar a competitividade do país no cenário do comércio exterior.

Recentemente, representantes do governo brasileiro intensificaram as negociações diplomáticas para evitar que eventuais tarifas comprometam ainda mais o fluxo comercial entre os dois países. Segundo o Ministério da Economia, estão sendo discutidas alternativas, como revisão de acordos comerciais e incentivos fiscais para setores mais vulneráveis. “O Brasil precisa estar preparado para negociar em condições mais justas e evitar impactos desproporcionais em sua economia”, disse um porta-voz do ministério.

Analistas também apontam que a implementação dessas tarifas pode acelerar a formação de novos blocos comerciais. Com a crescente incerteza na relação com os EUA, o Brasil tem explorado oportunidades na Ásia e na Europa para ampliar sua base de clientes. Além disso, empresas brasileiras estão buscando alternativas logísticas para reduzir custos e manter a competitividade global, fortalecendo relações comerciais com outros países que possam suprir essa demanda.

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