Produtores de tabaco pedem apoio para defender setor em evento da ONU

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Representantes da cadeia produtiva do tabaco estiveram em Brasília, no dia 22 de outubro, para uma série de audiências com o governo federal sobre a participação do Brasil na 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP11), que será realizada em novembro, em Genebra, na Suíça. As reuniões contaram com apoio do deputado Heitor Schuch e abordaram a importância econômica e social da atividade para o país.

No Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o ministro Paulo Teixeira destacou a relevância do cultivo, sobretudo entre pequenos produtores familiares, e defendeu uma abordagem equilibrada: “Nosso papel é garantir alternativas para quem deseja diversificar a produção, sem adotar uma política de proibição”, afirmou.

Durante o encontro, o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, pediu que as decisões internacionais considerem o peso econômico e social da fumicultura no Brasil. Ele alertou que medidas restritivas “afastam investimentos e favorecem concorrentes de outros continentes, como África e Ásia”. No período da tarde, a comitiva foi recebida no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), onde a diretora da Secex, Ana Cláudia Takatsu, afirmou que a pasta “avaliará com atenção as demandas do setor para assegurar que o posicionamento do governo reflita também os interesses produtivos”.

Artigo 18 preocupa produtores e indústrias – As entidades entregaram um ofício conjunto solicitando proteção à cadeia do tabaco frente às propostas em debate na COP11, especialmente as que envolvem o Artigo 18, sobre meio ambiente e saúde no cultivo e fabricação do produto. O relatório internacional inclui sugestões como proibição de cigarros com filtro e taxas ambientais sobre bitucas. Segundo o documento, tais medidas poderiam causar colapso imediato na estrutura produtiva, atingindo 525 municípios, 138 mil famílias rurais e 44 mil empregos industriais.

As lideranças defendem que a agenda ambiental avance com base em evidências e transição realista, sem desestruturar um setor que mantém o Brasil como líder mundial em exportações de tabaco há mais de três décadas.