Reconhecimento mundial abre portas para que o país amplie exportações de produtos certificados para mercados islâmicos.
O selo halal brasileiro — que atesta a conformidade de produtos com as normas culturais e religiosas islâmicas — alcançou um nível de credibilidade sem precedentes no mercado global. Fora do mundo muçulmano, nenhum país goza de igual reputação, segundo Marcelo Siegmann, diretor de exportação da Seara Alimentos, durante o Global Halal Brazil Business Forum 2025, realizado em São Paulo.
De acordo com o executivo, a certificação halal concedida a produtos brasileiros é mais respeitada que as europeias e até mesmo que as de países com grandes populações muçulmanas, como Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e Tailândia. “Em alguns países europeus, o halal brasileiro tem mais credibilidade que o produto local”, afirmou Siegmann.
O reconhecimento internacional é resultado de décadas de investimento e rigor técnico. O Brasil é hoje o maior exportador de proteína animal halal do mundo, com destaque para a carne de frango, cuja certificação é obrigatória em países islâmicos. “O país construiu uma base sólida e hoje é referência mundial pela seriedade e pelo controle de qualidade de suas indústrias”, destacou.
O executivo da Seara também acredita que o Brasil pode expandir sua atuação halal além do setor alimentício, alcançando segmentos como cosméticos, medicamentos e produtos de higiene, que exigem padrões similares de certificação. Para isso, defende maior integração com autoridades islâmicas internacionais, de modo a fortalecer o reconhecimento institucional das práticas brasileiras.
“Precisamos mostrar ao mundo como é feito nosso halal — com transparência, rigor e comprometimento. Isso exige trabalho conjunto e dedicação de toda a cadeia”, afirmou Siegmann.
O Global Halal Brazil Business Forum 2025 foi organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela Fambras Halal, com apoio de empresas como Seara Alimentos, Carapreta Carnes Nobres, SGS e Emirates. O evento reuniu líderes empresariais e representantes governamentais de diversos países para debater o futuro do comércio halal e o papel do Brasil como potência exportadora e parceira estratégica dos mercados islâmicos.
