28 de junho de 2024

GERAR leite eleva 10% a prenhez em sete anos

A análise mostrou que a IATF foi responsável pelas maiores taxas de prenhez, além de aumentar a eficiência reprodutiva do rebanho

Em sua 10ª edição, o GERAR Leite, realizado em Chapecó (SC) e Uberlândia (MG) neste mês, trouxe como tema central dos debates as perdas na gestação. Um dos destaques dos dados apresentados é a conclusão de que nos últimos sete anos, a taxa de prenhez subiu cerca de 10%, o que corresponde a uma média de 1,5% ao ano. Foram analisados 325.800 dados, coletados por 160 técnicos das principais bacias leiteiras do Brasil. Criado pela Zoetis em 2024, e liderado pelo professor da UNESP-Botucatu (SP) José Luiz Moraes Vasconcelos, o Zequinha, o grupo GERAR é um programa de relacionamento contínuo que promove reuniões para discutir informações referentes à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e Transferência de Embrião em Tempo Fixo (TETF). Desde o início, tem se apresentado como uma importante possibilidade de integração e troca de conhecimentos.

O professor Zequinha, estudioso, com muitas pesquisas em reprodução de bovinos no Brasil, diz que “o questionamento e a posse de informações devem ser propulsores das mudanças individuais e coletivas e que o ponto-chave para o fortalecimento do GERAR, é o compromisso com a análise de dados, o conhecimento técnico-científico e a experiência prática”.

Na visão de Rafael Moreira, médico veterinário e gerente de produto da Zoetis, “o aprimoramento das técnicas, sempre discutidas e aperfeiçoadas no grupo GERAR, que também leva a ciência ao campo, tem contribuído muito para a melhora da reprodução nas fazendas”.

Para colaborar com o amplo trabalho realizado, o GERAR Leite de 2024 convidou o Dr. Ronaldo Cerri, especialista em reprodução bovina e professor na University of British Columbia/Canadá. Ele reconhece que a eficiência reprodutiva dos rebanhos brasileiros tem evoluído constantemente, apesar da baixa herdabilidade. De acordo com Cerri, “isso ocorre em razão do uso de ferramentas que impactam a concepção e a manutenção da gestação e, é claro, devido a profissionais dispostos a usar a tecnologia e as informações para gerar oportunidades para o produtor de leite”.

Francisco Lopes, gerente técnico da Zoetis e responsável pelo processamento dos dados enviados pelos técnicos que atuam no campo, demonstrou satisfação com mais uma edição bem-sucedida do GERAR. “No segmento da reprodução de bovinos de leite, o GERAR Leite se tornou especialista em gerenciar grande volume de dados e disponibilizar informações para os veterinários e produtores tomarem decisões. Como fomentadora do grupo, está a Zoetis, que trabalha para manter o Grupo coeso e com foco no que realmente importa para a pecuária leiteira nacional.”

Mais conclusões
A análise mostrou que a IATF foi responsável pelas maiores taxas de prenhez, além de aumentar a eficiência reprodutiva do rebanho, a técnica também contribui para organizar as operações nas propriedades. No entanto a taxa de prenhez das novilhas não evoluiu na mesma velocidade das primíparas e multíparas. Ao avaliar a eficiência reprodutiva das novilhas por raça, o uso da IATF chamou a atenção especificamente na raça Girolando. O professor Zequinha afirma que novilhas, sejam da raça Nelore ou Girolando, sofrem com o estresse térmico, por exemplo, mas a novilha leiteira, em geral, é mais afetada. “Falar que Girolando é rústico e não oferecer conforto para a categoria das novilhas significa se esconder atrás da raça e não olhar para o sistema para aproveitar melhor a eficiência”, enfatizou. Os técnicos reunidos puderam relatar o que observam nas fazendas e, depois de muita discussão, concluíram que, independentemente da técnica, a taxa de prenhez diminui proporcionalmente ao aumento da Contagem de Células Somáticas (CCS), dado que mostra a relação entre reprodução e qualidade do leite e indica a necessidade de uma visão integrada da cadeia produtiva do leite.

 

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