Especialista em inovação enumera as principais tendências para o próximo ano, em um olhar que ultrapassa as fronteiras de tecnologia.
O ano de 2025 promete grandes avanços tecnológicos no cenário da inovação, mas é o comportamento das empresas que realmente merece atenção. O jeito como elas enxergam e implementam inovação está mudando, e isso pode determinar o sucesso das iniciativas no próximo ano. Henrique Monteiro, Gerente de Estratégia de Inovação da Inventta, ajuda a entender melhor essas transformações.
Confira as cinco tendências que estão moldando o futuro da inovação, na avaliação de Monteiro:
Objetividade e simplicidade
De acordo com Henrique, as empresas estão se afastando de processos de inovação excessivamente complexos. “Hoje, vejo um movimento claro de objetividade. Não é necessário criar processos cheios de fases e aprovações complicadas para inovar”, comenta.
A ideia de que a inovação é uma “caixinha preta” está sendo desconstruída. As organizações preferem abordagens mais simples e práticas, com foco no que é executável e gera resultados tangíveis. Essa busca por simplicidade tem ajudado empresas a reduzir custos, melhorar a experiência dos clientes e aumentar receitas, sem grandes complicações.
Resultados mais rápidos
A pressão por resultados rápidos é uma realidade, especialmente entre empresas menos maduras em inovação. Segundo Henrique, muitas organizações estão adotando um modelo de faseamento, em que os resultados começam a ser capturados logo no início.
“As empresas querem provar o valor das iniciativas logo de cara, garantindo ganhos rápidos. Isso valida o esforço e abre portas para maiores investimentos no futuro”, explica. Esse comportamento reflete a necessidade de justificar esforços e mostrar impacto antes de seguir para projetos mais robustos.
Soluções personalizadas acima de metodologias prontas
A era das metodologias “coringa” já ficou para trás. Henrique observa dentre os projetos realizados pela Inventta que as empresas estão cada vez menos dispostas a adotar fórmulas prontas e mais inclinadas a buscar soluções personalizadas.
“Elas querem processos sob medida, que se ajustem às suas dores e desafios reais”, aponta. Esse movimento reflete um amadurecimento das organizações, que reconhecem a importância de criar estratégias alinhadas às suas realidades, em vez de seguir tendências passageiras.
Inovação integrada à estratégia do negócio
Se antes a área de inovação operava de forma isolada, como um departamento à parte, hoje o cenário é diferente. Henrique ressalta que há uma cobrança maior para que a inovação esteja conectada aos objetivos estratégicos da empresa.
“As empresas esperam que a área de inovação reporte resultados regularmente, interaja com outras áreas e esteja alinhada às metas organizacionais”, explica. Essa integração garante que os esforços de inovação sejam mais direcionados e relevantes para o negócio.
A força do benchmarking
Para Henrique, o benchmarking nunca foi tão importante. As empresas estão ansiosas para aprender com os acertos e erros de outras organizações, especialmente no que diz respeito à estruturação de iniciativas e à gestão de projetos.
“Essa troca de experiências ajuda a construir estratégias mais adaptadas e realistas”, afirma. Henrique destaca ainda que o aprendizado compartilhado entre empresas pode revelar boas práticas, evitando erros comuns e inspirando novas abordagens.
Como se preparar? – A inovação em 2025 será marcada pela racionalidade. Segundo Henrique, as empresas passaram por várias fases – desde o entusiasmo inicial com metodologias prontas até as frustrações por iniciativas mal-sucedidas. Agora, o foco está em ações conectadas às capacidades e estratégias de cada organização.
“Inovação deixou – faz tempo – de ser uma moda e se tornou um meio de alcançar crescimento sustentável. As empresas estão mais conscientes de suas limitações e cenários e estão mais preparadas para encontrar o equilíbrio certo entre ousadia e execução prática”, conclui Henrique.
Essa maturidade será essencial para enfrentar os desafios do próximo ano e consolidar a inovação como um pilar estratégico para o futuro.