Boletim do CEPEA CEPEA Esalq/USP divulgado nesta sexta-feira (10/01) sobre o mercado de suínos no Brasil mostra que em dezembro de 2024 houve uma reversão do movimento de alta observado no setor desde maio até novembro do ano passado. Em novembro, os preços atingiram os maiores patamares nominais das séries históricas do CEPEA. A pressão sobre as cotações, segundo o boletim, veio da maior oferta de animais em peso ideal para abate no mercado nacional. Com isso, a indústria reduziu o ritmo de compra de novos lotes de animais, em razão da maior disponibilidade de carne no mercado.
De acordo com o levantamento do Cepea, na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno vivo foi cotado à média de R$ 9,17/kg em dezembro/24, forte recuo de 7,7% frente à de novembro. Em Minas Gerais, as desvalorizações foram mais intensas. Em Patos de Minas (MG), por exemplo, o preço médio de dezembro/24, de R$ 8,81/kg, ficou 12,8% abaixo do registrado no mês anterior. Em Braço do Norte (SC), o animal posto no frigorífico se desvalorizou 8,4% no período, a R$ 8,77/kg em dezembro/24. Em Arapoti (PR), o suíno foi negociado à média de R$ 9,24/kg, queda de 8% em relação a novembro.
Quanto à carne, no atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína foi cotada a R$ 14,08/kg em dezembro/24, recuo de 5% também no comparativo mensal. Na média das regiões do estado paulista, as cotações da costela e da paleta desossada caíram respectivos 5,6% e 3,4%, a R$ 16,79/kg e R$ 15,07/kg em dezembro/24.
O boletim aponta também que, embora as exportações brasileiras de carne suína tenham recuado com certa força em dezembro, o setor exportador nacional fechou 2024 registrando volume e receita recordes, levando-se em consideração a série histórica da Secex (Secretaria de Comércio e Exterior), iniciada em 1997. No acumulado de 2024, foram exportadas 1,33 milhão de toneladas de carne suína, volume 10% acima do verificado no ano anterior, segundo os dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea.
Em dezembro/24, especificamente, foram escoadas 107,9 mil toneladas, quantidade 10,4% inferior à registrada em novembro/24 e 1,5% abaixo da de dezembro/23. Ainda conforme Secex, o montante total arrecadado no ano passado foi de R$ 16,3 bilhões, avanço de expressivos 17,3% frente ao de 2023. No último mês de 2024, o setor exportador suinícola nacional arrecadou R$ 1,56 bilhão, retração de 7,2% em relação a novembro, mas significativos 38,7% acima da receita de dezembro de 2023.
Ainda de acordo com a análise do CEPEA, pela primeira vez desde 2018, a China ficou em 2024 em segundo lugar no ranking dos maiores destinos da carne brasileira, perdendo posição para as Filipinas. O gigante asiático importou 241 mil toneladas em 2024, queda de 38% em relação ao registrado em 2023. Quanto às Filipinas, o volume escoado ao país mais que dobrou de 2023 para 2024, sendo enviadas 254,3 mil toneladas da carne brasileira no ano passado. Já para o Chile, o maior destino da carne brasileira na América do Sul, os envios em 2024 cresceram 29% frente aos de 2023, somando 113 mil toneladas. Inclusive, o país sul-americano ocupou, pela primeira vez, o terceiro lugar do ranking, de acordo com os dados da série histórica da Secex. (fonte: Boletim do Suíno número 172 – CEPEA-Esalq-USP).