O fortalecimento da presença brasileira no mercado asiático ganhará novo impulso em novembro de 2025, quando uma comitiva de empresários e instituições brasileiras participará da China International Import Expo (CIIE), em Xangai, a maior feira de importação do mundo. A iniciativa é liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).
A missão, composta por pequenas e médias empresas de seis estados, representará setores como mineração, alimentos e bebidas, construção civil, têxtil e vestuário. A coordenação será feita pela Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), vinculada à CNI, com apoio do escritório da entidade em Xangai, inaugurado neste semestre.
A programação da viagem vai além da participação na feira. Os empresários brasileiros terão reuniões estratégicas com executivos e instituições chinesas, além de integrarem o programa IEL Experience, em parceria com uma universidade local, que prevê debates sobre inovação, sustentabilidade e digitalização industrial.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a iniciativa reforça o papel do Brasil como ator relevante no comércio global. “A China é o maior parceiro comercial do Brasil e a CIIE é uma oportunidade concreta de ampliar a presença de nossos produtos em um dos mercados mais dinâmicos do mundo”, afirmou.
Dados do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) mostram que a parceria entre os dois países segue em expansão. Desde 2009, a China é o principal destino das exportações brasileiras, e em 2024 foi o maior comprador de produtos de 14 estados. As exportações concentram-se em commodities agrícolas, minerais e energéticas, que representam mais de 70% do total vendido ao país asiático.
Por outro lado, os investimentos chineses no Brasil vêm se diversificando. Em 2024, foram registrados 39 projetos, somando US$ 4,18 bilhões, com destaque para energia elétrica, petróleo, manufatura e minerais estratégicos. O movimento indica uma mudança de perfil, com foco crescente em iniciativas de menor capital, porém de maior valor tecnológico e sustentável.
A indústria de transformação também tem ampliado sua atuação no mercado chinês: entre janeiro e setembro de 2025, as exportações cresceram 19,5%, alcançando US$ 15,7 bilhões, o que elevou a participação do setor nas vendas ao país asiático para 20,8%.
A CIIE 2025 deve reunir compradores e investidores de mais de 150 países, consolidando-se como um dos principais espaços globais de promoção comercial, inovação e cooperação econômica. Para o Brasil, o evento representa uma vitrine estratégica para diversificar exportações, atrair investimentos e fortalecer sua imagem como potência agroindustrial e tecnológica.




