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Tecnologia e natureza: fruticultura mira ambiente e integra florestas e cultivos

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Setor investe em inovação, energia limpa e recuperação de solos, com destaque para o Vale do São Francisco e para debates previstos na Fruit Attraction São Paulo 2026.

 

A fruticultura brasileira consolidou-se como uma das cadeias mais tecnificadas do agronegócio e, ao mesmo tempo, uma das que mais têm ampliado compromissos socioambientais em suas operações. No Vale do São Francisco, polo que lidera a produção nacional e se tornou referência global em qualidade e produtividade, o setor avança em práticas sustentáveis que reduzem emissões, incrementam a eficiência no uso de recursos e fortalecem a resiliência dos cultivos frente às mudanças climáticas.

O consultor de ESG da Abrafrutas, Zacarias Ribeiro, destaca o potencial de expansão dos sistemas agroflorestais como um dos caminhos mais promissores. “É o potencial para avançar em sistemas agroflorestais, uso crescente de fontes renováveis, bem como de matérias-primas para fabricação de energia limpa, economia de insumos e recursos naturais, restauração de solos degradados, irrigação responsável, e assim por diante”, afirma. Ele lembra que a integração entre espécies frutíferas e nativas da Caatinga — e de outras regiões — permite diversificar a produção e criar áreas de cultivo mais equilibradas ecologicamente.

Além dos ganhos agronômicos, essa combinação abre uma nova frente econômica para o produtor: a possibilidade de gerar créditos de carbono a partir do componente florestal. Assim, enquanto obtém retorno financeiro imediato com a comercialização das frutas, o produtor também investe numa estratégia de médio e longo prazo que reforça a sustentabilidade ambiental e social da atividade.

Esse movimento será amplamente debatido na Fruit Attraction São Paulo 2026, marcada para os dias 24 a 26 de março, no São Paulo Expo. Em sua terceira edição, a feira se consolida como uma das mais relevantes plataformas mundiais da cadeia de frutas e hortaliças. Na edição deste ano, foram registrados 16,3 mil visitantes, 400 marcas expositoras de mais de 50 países e mais de 1,5 mil reuniões de negócios, em um evento que cresceu 66% em área ocupada em relação a 2024.

Para 2026, a área de exposição será ampliada e contemplará os elos mais estratégicos do setor: insumos, máquinas agrícolas, tecnologias digitais, pós-colheita, logística, embalagens e cadeia fria. O Fruit Fórum, tradicional congresso técnico do evento, também terá novidades, assim como o Cooking Show e a Rodada de Negócios, reforçando o caráter internacional da feira e sua função de aproximar produtores, compradores, distribuidores e autoridades.

A realização da feira no Brasil reflete o interesse crescente de mercados externos na produção tropical, especialmente diante do avanço de práticas que associam produtividade a preservação ambiental. A adoção de energia limpa, a irrigação inteligente e a recuperação de solos degradados já fazem parte do dia a dia de muitos produtores do Vale do São Francisco, que se destacam pelo uso de tecnologias de ponta em climas desafiadores.

Com o fortalecimento dos debates sobre baixa emissão, agroflorestas e economia verde, a fruticultura brasileira sinaliza que pretende ocupar um espaço cada vez mais robusto no cenário internacional — unindo competitividade, inovação e sustentabilidade como pilares de um novo ciclo de crescimento.

 

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