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Castanha de caju de Serra do Mel conquista primeira Indicação Geográfica do RN

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Reconhecimento valoriza a produção local, fortalece a organização da cadeia e amplia oportunidades para agricultores familiares e agroindústrias.

 

A castanha de caju produzida em Serra do Mel (RN) acaba de ingressar oficialmente no seleto grupo de produtos brasileiros com Indicação Geográfica (IG). O título, concedido na categoria Indicação de Procedência (IP), reconhece a reputação construída ao longo de cinco décadas de tradição e consolida o município como polo nacional da cajucultura. O processo contou com apoio técnico e institucional do Sebrae-RN, que atua na reestruturação da cadeia produtiva local.

Criada nos anos 1970 como projeto de colonização agrícola, Serra do Mel tornou-se referência graças às condições favoráveis de solo e clima, além da organização de agricultores familiares e pequenas agroindústrias. Atualmente, o município é o maior produtor de castanha do estado, com 13 mil hectares cultivados. Mais de 80% do volume beneficiado é exportado, movimentando a economia regional e atraindo turismo, impulsionado por eventos como a Festa do Caju, que rendeu à cidade o título de Capital da Castanha.

Para fortalecer ainda mais o setor, produtores locais reativaram, no primeiro semestre, a Coopercaju, cooperativa de beneficiamento artesanal. A retomada é considerada estratégica para ampliar a escala de produção, conquistar novos mercados e qualificar a governança da cadeia. “Estamos muito otimistas. Já estamos buscando mercado para garantir o escoamento da produção. O Sebrae tem sido fundamental nesse processo, nos orientando e dando total apoio”, afirma Alexsandro Dantas, presidente da cooperativa.

O Sebrae destaca que o reconhecimento da IG funciona como motor de desenvolvimento regional ao valorizar a origem, diferenciar o produto e abrir portas para novos nichos de mercado. “O reconhecimento da Indicação de Procedência é fruto de um esforço conjunto e representa um importante estímulo ao fortalecimento da cadeia produtiva local e regional”, afirma Hulda Giesbrecht, da Unidade de Inovação.

No panorama nacional, o Brasil soma 157 Indicações Geográficas, sendo 117 Indicações de Procedência e 40 Denominações de Origem, confirmando o avanço de produtos agroalimentares com forte vínculo territorial. Casos como o socol de Venda Nova do Imigrante (ES) demonstram que o valor de mercado pode crescer até 300% após a certificação.

Para Serra do Mel, a nova IG representa não apenas reconhecimento, mas uma oportunidade concreta de ampliar renda, qualificar processos e consolidar o município como referência na cajucultura brasileira.

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