26 de maio de 2011

Vendas de fertilizantes disparam em abril e podem bater recorde este ano


Conforme a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas das misturadoras às revendas somaram 1,4 milhão de toneladas, quase 24% mais que no mesmo mês do ano passado, e reforçaram as perspectivas de que um novo recorde histórico anual poderá ser batido em 2011.

Quantidade – De janeiro a abril, aponta a entidade, as entregas das misturadoras – empresas que fabricam os produtos finais comprados pelos agricultores – alcançaram 6,4 milhões de toneladas, pouco mais de 14% acima do volume registrado em igual intervalo de 2010. “Como o mercado continua promissor para os grãos, as vendas de fertilizantes tendem a superar 25 milhões de toneladas este ano, o que seria um novo recorde”, diz Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria.

Compras antecipadas – Apesar do bom ritmo de comercialização, em grande medida alimentado pelas elevadas margens de lucro obtidas pelos agricultores com as recentes colheitas de grãos da safra 2010/11, que já estão na reta final, as compras antecipadas para a temporada de verão do ciclo 2011/12, que começará a ser plantada em setembro estão mais lentas do que o inicialmente previsto.

Culturas de inverno – Segundo Lima Filho, aquecida mesmo, no primeiro quadrimestre em geral e em abril em particular, esteve a demanda para a semeadura das culturas de inverno da safra 2010/11, para o plantio de algodão e para cana. “É claro que houve alguma antecipação para o próximo verão [a expectativa é que a área plantada aumente], mas nesta frente as aquisições começaram a aumentar com mais força neste mês de maio”.

Preços – Esse movimento, realça o analista, pode ser comprovado pelo comportamento dos preços dos principais insumos. Tanto os fertilizantes derivados do fosfato, do potássio e do nitrogênio vinham em alta progressiva até abril e pararam de subir no início de maio. A expectativa, agora, é que as curvas de valorizações sejam retomadas. Mesmo assim, as vendas em 2011 deverão confirmar o padrão histórico de serem mais concentradas no segundo semestre do ano.

Importação – Com a preciosa “ajuda” do câmbio, como destaca Lima Filho, a demanda em alta vem estimulando uma disparada nas importações do insumo. Os números da Anda mostram que, enquanto a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu apenas 1,5% no primeiro quadrimestre, para 2,8 milhões de toneladas, as importações aumentaram 57,6% e atingiram 5,6 milhões de toneladas.

Dependência – A dependência brasileira de adubos importados normalmente gira em torno de 65% a 70%. De janeiro a abril deste ano, as importações representaram mais de 87% das entregas. É claro que há estoques e que boa parte dos produtos que entraram no país nos últimos meses ainda serão comercializados nos próximos meses, quando a produção nacional deverá aumentar de acordo com um “mix” feito pelas misturadoras para preservar suas próprias rentabilidades.

Vale – Maior fabricante nacional da matéria-prima para a produção de fertilizantes, a Vale Fertilizantes espelha bem esse movimento de vendas. No primeiro trimestre, mostra o balanço da empresa, sua produção de fosfatados de alta concentração cresceu 5,4% em relação a igual intervalo de 2010, mas as vendas recuaram 12,9%. No caso dos produtos nitrogenados, o comportamento de produção e vendas foi semelhante, mas nem por isso a companhia está desanimada.

Continuidade – “O início de 2011 marcou a continuidade da forte demanda por fertilizantes tanto no mercado internacional quanto no doméstico. A manutenção da demanda em níveis altos continua sendo capitaneada pela alta dos preços das commodities agrícolas que, ao elevar a rentabilidade dos produtores, impulsiona a demanda e o preço dos insumos. Os níveis extremamente baixos de estoques para todos os três nutrientes evidenciam o aquecimento do mercado, que impulsiona a utilização de fertilizantes para aumento de produtividade das lavouras”, informa a Vale Fertilizantes em seu balanço do primeiro trimestre de 2011.

Incremento – No intervalo, a empresa reportou que investiu, no total, R$ 156 milhões, o que representou incrementos de 9,9% em relação ao último trimestre de 2010 (R$ 142 milhões) e de 21,9% sobre o período de janeiro e março do ano passado. A Vale Fertilizantes registrou receita operacional líquida de R$ 946 milhões no primeiro trimestre de 2011, 70% mais que em igual intervalo de 2010. O lucro líquido da subsidiária da mineradora foi de R$ 114 milhões.

Fonte: Portal do Agronegócio – www.portaldoagronegocio.com.br

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