Projeções mostram avanço tímido da indústria e reforçam necessidade de revisão tributária para estimular o consumo.
O mercado pet brasileiro deve registrar crescimento de 3,36% em 2025, segundo projeções da Abempet, resultado bem abaixo do ritmo observado nos últimos anos. Em 2024, o setor avançou 9,6%, encerrando o período com faturamento de R$ 75,4 bilhões, abaixo do esperado. Para 2025, a estimativa é alcançar R$ 77,89 bilhões, refletindo o peso da inflação, do câmbio e da carga tributária sobre produtos e serviços.
“O setor pet segue sólido, mas os resultados projetados refletem os desafios econômicos e o peso da alta tributação”, afirma Caio Villela, CEO da Abempet. Segundo ele, custos elevados e consumo mais criterioso têm freado o desempenho, especialmente no pet food, que caiu 0,6% em 2024 e deve crescer apenas 0,85% neste ano, mantendo a produção em torno de 4 milhões de toneladas.
O estudo também detalha o comportamento do varejo: pet shops pequenos e médios seguem líderes, com 48,1% do faturamento previsto (R$ 37,5 bilhões). As clínicas e hospitais devem movimentar R$ 13,6 bilhões (17,5%), enquanto as mega stores respondem por 9,6% (R$ 7,5 bilhões). No digital, os pet shops virtuais mantêm a dianteira, com 37% das vendas online.
Para o presidente do Conselho Gestor da Abempet, José Edson Galvão de França, o ambiente tributário tem limitado o potencial do setor. “Acreditamos que a inclusão do setor pet nas alíquotas reduzidas é uma questão de justiça tributária e de saúde pública”, afirma. Ele destaca que estudo econômico mostra que uma redução de 60% nos tributos poderia elevar a produção industrial para até 9 milhões de toneladas e ampliar a arrecadação em 210%.
A entidade reforça ainda que a união recente entre Abinpet e IPB, que formou a Abempet, cria uma voz única para defender competitividade, ambiente regulatório mais favorável e avanços estruturais para toda a cadeia.
