Fevereiro Laranja: veterinária alerta sobre a leucemia Felina (FeLV)

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O Fevereiro Laranja Animal é uma campanha de conscientização voltada para a saúde dos animais, com foco na leucemia felina (FeLV). A iniciativa busca informar os tutores sobre a importância do diagnóstico precoce, da vacinação e de cuidados essenciais para prevenir e controlar essa doença viral grave, que enfraquece o sistema imunológico dos gatos e pode causar complicações como anemia e câncer. A campanha também destaca práticas de manejo seguro, além de reforçar a importância de exames regulares para detectar a doença e melhorar a qualidade de vida dos animais.

A médica-veterinária e preceptora de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Uniube (HVU), Aline Maria de Matos, compartilha orientações e a importância da conscientização.

O que é a leucemia felina (FeLV) e quais são as principais formas de transmissão entre os gatos?

Aline Matos: A leucemia felina (FeLV) é uma doença viral contagiosa que afeta os gatos, causada pelo vírus da leucemia felina (FeLV). Ela enfraquece o sistema imunológico do animal e pode provocar cânceres e outras complicações graves. Os fatores de risco incluem acesso à rua, vida em abrigos superlotados, ausência de castração e vacinação, além de comorbidades, como o vírus da imunodeficiência felina e a micoplasmose. A principal fonte de infecção é o felino persistentemente infectado, que pode eliminar até um milhão de partículas virais por ml de saliva. Assim, o contato íntimo entre gatos e o compartilhamento de bebedouros e comedouros são as principais formas de contaminação. O vírus também pode ser transmitido aos filhotes via transplacentária, pelo leite ou cuidados maternos. A transfusão sanguínea é outro meio importante de transmissão, sendo essencial testar o gato doador antes do procedimento. Formas menos comuns incluem aerossóis, urina, fezes e contato ambiental, já que o FeLV não sobrevive por longos períodos fora do hospedeiro.

Quais são os sintomas mais comuns da FeLV que os tutores devem observar em seus gatos?

Aline Matos: Os sinais clínicos dependem dos órgãos afetados e das alterações causadas pelo vírus. Eles podem ser inespecíficos, como perda de peso, apatia, anorexia, vômito, estomatite e diarreia, ou específicos, como anemia, linfomas e leucemias. A imunossupressão direta facilita o desenvolvimento de infecções secundárias. O vírus também pode causar dispneia devido ao linfoma mediastinal e efusão pleural, além de afetar os sistemas nervoso e oftálmico, provocando mudanças de comportamento, cegueira, ataxia, tetraparesia, paraparesia e anisocoria. Como a doença pode ser assintomática por longos períodos, a observação constante do tutor é essencial.

Como a vacinação pode ajudar na prevenção da leucemia felina e quais outros cuidados são recomendados?

Aline Matos: A vacinação contra a FeLV é essencial para a prevenção, especialmente em gatos jovens ou expostos ao vírus. Antes de vacinar, é necessário testar o animal para confirmar a ausência de infecção. A vacina é aplicada em duas doses iniciais, seguidas de reforços anuais. Outros cuidados incluem a castração, evitar o contato com gatos infectados e manter um ambiente seguro, além de exames regulares de saúde.

Por que o diagnóstico precoce é tão importante no caso da FeLV, e como ele é realizado?

Aline Matos: O diagnóstico precoce é crucial para detectar e manejar problemas como anemias graves e cânceres, que são mais difíceis de tratar em estágios avançados. Ele permite melhorar a qualidade de vida do gato infectado e prevenir a transmissão do vírus a outros felinos. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue específicos, como o teste ELISA ou o de imunofluorescência, que identificam a presença do vírus ou de anticorpos.

Quais são as principais orientações para tutores de gatos já diagnosticados com leucemia felina?

Aline Matos: Para tutores de gatos diagnosticados com FeLV, as orientações incluem:

  • Prover um ambiente tranquilo e sem estresse, evitando contato com outros gatos não infectados;
  • Manter uma alimentação balanceada e supervisionada para prevenir infecções secundárias;
  • Realizar exames regulares para monitorar a progressão da doença e tratar complicações precoces;
  • Oferecer suporte imunológico, conforme orientação veterinária;
  • Evitar exposição a doenças contagiosas e garantir um ambiente seguro e protegido.

Como campanhas como o Fevereiro Laranja Animal ajudam a conscientizar a sociedade sobre a saúde felina e o bem-estar animal?

Aline Matos: Campanhas como o Fevereiro Laranja Animal são essenciais para conscientizar sobre doenças que afetam os gatos, como a leucemia felina, além de promover adoção responsável, castração e cuidados contínuos. Elas disseminam informações sobre diagnóstico precoce, vacinação e prevenção, engajando a sociedade na luta contra a superpopulação felina e na melhoria da qualidade de vida dos gatos em situações de vulnerabilidade.

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