3 de julho de 2023

Consumo de pet food no Brasil poderia ser o dobro do atual

Em 2022, a indústria pet brasileira produziu 3,9 milhões de toneladas de pet food, e deve encerrar 2023 com uma produção de 4 milhões de toneladas. O aumento projetado pela Abinpet é de cerca de 3%. No entanto, a entidade calcula que a demanda ideal do produto no Brasil seja de 9,5 milhões de toneladas, mais do que o dobro do que de fato sai das fábricas. A procura do produto pelos consumidores não chega a esse nível por diversos fatores. Desde a alta carga tributária que encarece o produto, até a cultura de alimentar. Ainda hoje, muitos pets têm os restos da alimentação humana como principal fonte de energia e nutrientes.

“Existe o gargalo da carga tributária, que impede o crescimento da indústria, mas principalmente, afasta uma parte considerável dos donos de animais do pet food – comenta o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França – para se ter uma ideia, a cada R$ 1 gasto pelas famílias, cerca de R$ 0,50 são impostos. Mas existe também o hábito de oferecer sobras da mesa para os pets. E essa prática é prejudicial à saúde dos animais”. Doenças renais e obesidade são alguns dos riscos.

É por isso que as indústrias de pet food chamam, tecnicamente, o produto de alimento industrializado completo: o processo de fabricação da “ração” tem como resultado final um produto que atende a todas as necessidades nutricionais dos animais, na porção adequada. “Um cão precisa de cerca de 37 nutrientes diários e um gato, mais de 40. Para atender a essas necessidades, as fábricas seguem protocolos rígidos de segurança e nutrição, baseadas em pesquisas acadêmicas, e atendendo exigências internacionais, já que o Brasil é um exportador de pet food”, comenta o presidente-executivo da Abinpet.

Além dos nutrientes, as diferentes linhas de pet food atendem quesitos como porte, idade, estado de saúde, nível de atividade e o ambiente onde vivem os animais, todos esses fatores que são mais difíceis, senão tecnicamente impossíveis de se atingir com o alimento composto por sobras das refeições humanas. “Existe a possibilidade de que um médico-veterinário, ou um zootecnista, formule uma dieta balanceada e que pode ser preparada em casa para os pets. No entanto, poucas famílias possuem tempo e o cuidado técnico para o preparo desse tipo de alimento. O pet food além de prático, também oferece um melhor custo-benefício para os consumidores”, pontua Galvão de França.

Para saber mais sobre a qualidade do pet food produzido no Brasil, acesse a cartilha produzida pela Abinpet especialmente sobre esse assunto.

Faturamento da indústria pet brasileira
A indústria de produtos para animais de estimação deve encerrar 2023 com um crescimento de 10,6% em seu faturamento, com um valor de R$ 46,42 bilhões, de acordo com a Abinpet, e leva em consideração os números até o 1º trimestre de 2023. A projeção Abinpet não leva em consideração a movimentação no varejo, e não inclui a venda de animais diretamente de criadores.

  • Pet food deve representar 78% do faturamento da indústria, com 36,4 bilhões e crescimento de 9,4% em relação a 2022.
  • Pet vet (produtos veterinários) deve representar 15% do faturamento da indústria, com R$ 6,87 bilhões e crescimento de 16% em relação a 2022.
  • Pet care (produtos de bem-estar e higiene) deve representar 7% do faturamento da indústria, com R$ 3,08 bilhões e crescimento de 15% em relação a 2022.

Sobre a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) representa uma indústria que congrega os segmentos pet food (alimento e ingredientes), pet vet (medicamentos veterinários) e pet care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza). A entidade fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o desenvolvimento de seus associados. Também atua para aumentar a percepção de que os benefícios da relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a toda a sociedade. Além disso, é cada vez maior a participação desse setor na economia nacional e, por isso, é parte relevante do agronegócio: cerca de 73,9% do faturamento é proveniente dos produtos para nutrição animal, cuja composição é 95% agropecuária, com ingredientes como milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes.

Todos os produtos da indústria de alimentos e veterinários farmacêuticos e biológicos são fiscalizados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A Associação é referência técnica para o setor e publica há mais de dez anos o Manual Pet Food Brasil, adotado pelas principais fabricantes de alimentos como guia de boas práticas. O Manual contém informações sobre os padrões técnicos e de qualidade de matérias-primas, parâmetros nutricionais, metodologias analíticas aplicáveis e condições ideais de produção para garantir alimentos seguros aos mercados nacional e internacional. Sua atualização ocorre a cada dois anos, considerando o desenvolvimento do setor.

 

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