Medida dos Estados Unidos ao retirar sobretaxa de 40% para 249 produtos brasileiros é vista pela CNI como oportunidade para ampliar negociações industriais.
A retirada das tarifas de 40% impostas pelos Estados Unidos a uma lista ampla de produtos agropecuários brasileiros reacendeu o otimismo do setor produtivo quanto ao futuro da agenda comercial entre os dois países. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera a decisão um passo concreto para reequilibrar as relações e criar espaço para novas negociações.
O governo americano retirou a sobretaxa de 40% aplicada desde agosto a 249 itens, entre eles carne bovina, café e cacau — produtos de consumo cotidiano do mercado norte-americano. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a atualização restaura parte do papel histórico do Brasil como fornecedor relevante aos EUA. “Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, afirmou.
Alban destacou ainda que a competitividade dos produtores brasileiros volta a ganhar fôlego após a remoção, na semana passada, das tarifas recíprocas de 10%. “A nova medida volta a tornar os nossos produtos competitivos”, reforçou.
Segundo ele, o avanço atual abre caminho para estender o debate aos bens industriais, área em que os Estados Unidos figuram como principal destino das exportações brasileiras. “A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entrada de bens da indústria, como para o setor de máquinas e equipamentos”, afirmou.
A CNI tem atuado de forma ativa desde que as tarifas foram impostas, mobilizando empresas e interlocutores americanos. A missão levada a Washington em setembro, com 130 empresários, foi um dos movimentos para destravar o diálogo bilateral e mostrar o interesse do setor privado em soluções que favoreçam ambos os lados.
