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Simpósio global destaca papel do azeite de oliva na saúde e no mercado brasileiro

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Evento reúne pesquisadores, autoridades e representantes da cadeia produtiva para debater benefícios nutricionais, desafios regulatórios e oportunidades para ampliar o consumo no país.

 

O azeite de oliva ganhou protagonismo em São Paulo durante o 1º Simpósio Internacional do Azeite de Oliva no Brasil, realizado na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. O encontro, promovido pelo Olive Oil World Congress (OOWC) em parceria com a OLIVA e a Casa do Azeite, reuniu pesquisadores, autoridades sanitárias, nutricionistas e representantes da indústria para discutir a relevância do produto sob a ótica da saúde, da qualidade e das oportunidades de mercado.

Na abertura, Hugo Caruso, diretor do DIPOV/SDA do Ministério da Agricultura, ressaltou a responsabilidade do setor em garantir ao consumidor um produto seguro e de identidade preservada. Ele destacou ainda a baixa adesão ao azeite no país. “O Brasil apresenta um consumo per capita ainda muito baixo — cerca de meio litro por pessoa ao ano — bem distante dos padrões europeus”, afirmou. Para Caruso, o avanço depende de conscientização sobre os benefícios nutricionais: “É fundamental que o consumidor conheça os benefícios do azeite. Estamos muito felizes em ver esse movimento ganhando força”.

Cleverson Freitas, coordenador-geral do VigiAgro, reforçou a importância de eventos presenciais para aprimorar processos regulatórios. Ao comentar os fluxos de importação e exportação, avaliou: “Esses encontros são fundamentais para que os processos de importação e exportação ocorram da forma mais eficiente possível — com agilidade, mas sempre garantindo a segurança e a qualidade dos produtos agropecuários”.

Rita Bassi, presidente da Associação Oliva, classificou o simpósio como um marco para o setor. Para ela, o azeite é um alimento estratégico para a saúde pública. “Estamos falando de um dos alimentos mais saudáveis que existem […] eventos como este são fundamentais para fortalecer o diálogo e impulsionar políticas que valorizem ainda mais esse produto tão nobre”.

Entre os destaques científicos, o professor Miguel Ángel Martinez (Harvard) explicou os fundamentos da dieta mediterrânea, enfatizando a combinação entre azeite extravirgem e vinho tinto como pilares metabólicos. Segundo ele, “a gordura ideal é o azeite de oliva — preferencialmente extravirgem”, e o vinho, quando consumido com moderação, complementa o padrão alimentar associado à prevenção de doenças crônicas.

O gastroenterologista Áureo Augusto Delgado reforçou que novas pesquisas têm ampliado o conhecimento sobre o potencial preventivo do azeite. “Estudos apontam uma possível associação entre o consumo de azeite de oliva e a redução do risco de câncer colorretal e gástrico”, explicou, observando que o tema avança rapidamente.

A nutricionista Mariana Del Bosco destacou que a dieta mediterrânea dialoga com hábitos brasileiros, dada a ampla oferta de frutas, legumes e leguminosas. Contudo, alertou que o consumo de gorduras saudáveis ainda é insuficiente. Para ela, “o consumo per capita de azeite no Brasil é de apenas meio litro por ano — muito inferior ao dos países mediterrâneos”, o que representa um campo promissor para educação alimentar e expansão do mercado.

O simpósio também abordou evidências recentes apresentadas pela pesquisadora Andrea Romanos (Harvard), que apontou associações entre o uso regular de azeite extravirgem e menor incidência de doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e até redução na mortalidade geral.

Ao final, os participantes convergiram na mensagem central: ampliar o consumo e o conhecimento sobre o azeite extravirgem no Brasil significa promover saúde, fortalecer a cadeia produtiva e aproximar o país das práticas internacionais mais avançadas.

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