Rede ILPF apresenta soluções sustentáveis no CNMA

Compartilhe:

Debate abordará benefícios da ILPF e o papel das mulheres na comunicação sobre sustentabilidade no agronegócio.

 

O Sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) será tema de destaque no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, em São Paulo. A discussão será conduzida pelo presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro, na quinta-feira (23), às 16h10, durante o painel “Mudança Climática e Mulheres COP30 – dos fatos à comunicação!”.

O debate surge em um momento estratégico, com a COP30, em Belém (PA), aproximando-se e reforçando o protagonismo do Brasil na agenda climática global. Segundo Matturro, o tema exige uma abordagem científica e social diante dos extremos que o país enfrenta. “Estamos vivendo extremos climáticos. Recentemente, o Rio Grande do Sul, por exemplo, sofreu tanto com enchentes devastadoras quanto com secas severas. São eventos que exigem uma resposta científica, mas também política e social”, destacou.

Ele enfatiza ainda o papel feminino nesse movimento: “As mulheres são fundamentais — mais sensíveis às questões ambientais e decisivas na adoção de práticas como o sequestro de carbono, bem-estar animal e preservação das áreas naturais. A presença feminina é um diferencial no avanço dessas pautas.”

Produção integrada e benefícios ambientais – Durante o painel, Matturro apresentará as vantagens econômicas, sociais e ambientais da Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta, sistema que combina atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou rotação de culturas. Essa estratégia promove o uso sustentável da terra, melhora a fertilidade do solo, reduz custos com insumos e aumenta a produtividade — diversificando fontes de renda e fortalecendo a resiliência do campo frente às mudanças climáticas.

“O Brasil tem 159 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos em áreas de ILPF, ampliando ainda mais a produção agropecuária sem qualquer necessidade de novas aberturas”, explicou Matturro. Atualmente, o modelo já ocupa cerca de 17,4 milhões de hectares no país.

A ILPF também contribui para o sequestro de carbono, a redução de emissões de gases de efeito estufa e a diversificação produtiva, podendo ser adotada por propriedades de todos os portes e biomas. “A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta significa a emancipação do produtor. Tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras; o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, complementou.

Encerrando, Matturro reforçou que o CNMA é um espaço essencial para o avanço do diálogo ambiental. “O CNMA é vital para essa virada de chave, pois as mulheres têm o poder — e a coragem — de liderar decisões pela preservação. Na COP30, elas devem apontar os caminhos, e nós, como sociedade, precisamos ouvir e avançar juntos.”