Lançamentos incluem variedades inéditas de citros, milho branco e cana-de-açúcar, reforçando o papel estratégico do Instituto para o agro brasileiro.
O avanço da pesquisa agrícola paulista ganhou novos marcos com a celebração dos 138 anos do Instituto Agronômico (IAC), que aproveitou a data para lançar 13 cultivares inéditas e homenagear o bicentenário de nascimento de D. Pedro II, fundador da instituição. A cerimônia, realizada em Campinas (SP), reforçou a conexão entre o legado histórico do Instituto e seu papel atual na inovação para o agronegócio.
Entre os destaques da programação, o setor citrícola recebeu oito novas variedades de laranja e uma de limão, desenvolvidas para consumo in natura e uso industrial. Duas laranjas chamaram atenção pela polpa vermelha, pigmentada por antocianina ou licopeno, ampliando alternativas para nichos de mercado e oferta de frutas diferenciadas. A pesquisadora Marinês Bastianel explica que parte dessas cultivares demonstrou boa adaptação a diferentes regiões e resiliência frente às mudanças climáticas. “Essas variedades mostraram aptidão para cultivo em diferentes regiões […] garantindo produção e produtividade mediante desafios crescentes”, ressalta.
O Instituto também apresentou dois híbridos de milho branco, o IAC 2027 e o IAC 2039, voltados ao mercado de alimentos como canjica, farinha e produtos gourmet. Segundo a pesquisadora Maria Elisa Zagatto Paterniani, trata-se de um segmento promissor: “Em épocas de maior demanda, o milho branco pode alcançar melhores preços […], com relatos de ágio de até 20% a 50%”. Ambos combinam sanidade, estabilidade produtiva e ciclo precoce, atendendo tanto regiões tradicionais quanto novas fronteiras.
No setor sucroenergético, foram lançadas duas novas variedades de cana-de-açúcar, IAC07-2361 e IACCTC09-6166, adaptadas à mecanização e destacadas pela alta produtividade. A segunda oferece ainda longo Período de Utilização Industrial, permitindo melhor planejamento industrial e regularidade de colheita.
A comemoração incluiu a inauguração de um busto de D. Pedro II, produzido em bronze a partir de um processo artístico complexo que envolveu moldes de argila, silicone e fibra de vidro. Também foi lançado o livro Instituto Agronômico IAC – Legado de D. Pedro II e Atualidade, resgatando a trajetória da instituição desde sua criação.
Para o coordenador geral do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, a data reforça a relevância histórica da entidade. “Fizemos as bases da agricultura tropical e cá estamos, com 138 anos de um trabalho de excelência […] referência no Brasil e em muitos outros países”, afirma. A vice-coordenadora Regina Célia de Matos Pires complementa que o Instituto segue oferecendo tecnologias que transformam a vida de agricultores e impactam a sociedade.
A cerimônia também marcou a entrega do Prêmio IAC, que reconheceu o pesquisador Sérgio Carbonell, do programa de melhoramento de feijoeiro, e a funcionária Lígia Regina Lima Gouvêa, da Apta. Com novos materiais para citros, milho e cana, o IAC reafirma seu papel como uma das instituições de pesquisa agrícola mais influentes da América Latina e demonstra que a união entre história e inovação continua a impulsionar o agronegócio brasileiro.


